Os olhos
O aspecto dos olhos é um dos primeiros indicadores do estado de saúde do animal que vive consigo ou que vai adquirir; por conseguinte, é importantíssimo mantê-los muito limpos. Isto vale, sobretudo, para animais (a limpeza deve ser, portanto, contínua) com certa protuberância dos globos oculares, canal nasal curto e pêlo longo, como o pequinês, o Ihasa apso, o shih tzu, o affenpincher e outros em que há perigo de acumulação de sujidade e de secreções lacrimais nas pregas do ângulo interno do olho, com risco de fermentações e de infecções.
A operação é bastante delicada e pratica-se com um produto específico que facilite a eliminação dos grumos de sujidade, por exemplo, preparado com uma: base de boro. O pêlo dos olhos separa-se j com um pente de dentes finos, aplica-se o produto e extrai-se tudo passando uma escova de cerdas semi-rijas pelo sulco nasal. Sublinhamos que a função de tal produto é facilitar a eliminação física da sujidade e, por isso, nunca se deve aplicar sobre o globo ocular. Esta limpeza deve fazer-se, naturalmente, no momento do banho, antes do qual é oportuno aplicar um colírio protector isotónico para defender os olhos de eventuais contactos directos com o champô. Em todos os casos devem utilizar-se só produtos autorizados ou aconselhados expressamente pelo veterinário.
As orelhas. Uma limpeza correcta e periódica das orelhas contribui para prerenir doenças infecciosas e parasitárias nos canais auditivos, a primeira de todas, a otite. Uma higiene perfeita exige que se tire a lanugem do interior do canal auditivo, pegando com a ponta dos dedos os pêlos sujos e mortos e arrancando-os com um exercício rápido. Uma vez por semana é necessário limpar com água oxigenada (vol. 1O %) as orelhas que andam penduradas ou aquelas que produzem demasiada cera (cocker; teckel, setter) com uma mão levanta-se o pavilhão e com a outra deita-se a água oxigenada; massaje a base da orelha para favorecer a penetração do produto e a sua acção de limpeza facilitando assim a saída do mesmo.
Recomendações importantes: nunca introduza nada na orelha do cão (cotonetes, algodões, etc.); a limpeza deve cingir-se só à parte externa. Nas lojas especializadas vendem-se outras soluções de base oleosa que podem ser úteis para o cuidado cosmético das orelhas, mas que carecem de eficácia para prevenir ou tratar infecções.
Devem controlar-se muito bem os cães com orelhas longas, depois de os ter levado a passear: de facto, é fácil que no interior do pavilhão auricular tenham entrado praganas ou sementes de qualquer tipo. Nestes casos, o cão sacode a cabeça e anda com ela bastante de lado: deve dirigir-se ao veterinário de imediato com o objectivo de tirar rapidamente o corpo estranho para evitar complicações.
Os dentes
O cuidado dos dentes e das gengivas é muitas vezes um problema insuperável para muitos proprietários inexperientes, dada a dificuldade objectiva para segurar o animal enquanto a realiza.
Quando o cachorro muda os dentes (entre os 4 e os 7 meses) as gengivas ficam tumefactas e o animal sente um ardor forte na boca, o que o leva a morder tudo e a destruir coisas da casa. Para prevenir ou reduzir esses ardores é possível espalhar nas gengivas uma tintura à base de própole, mas aconselha-se sobretudo que o cachorro roa ou brinque com maçãs, cenouras ou borracha macia, qualquer coisa com que ele possa massajar suavemente as gengivas.
Com a idade, a zona pode inflamar-se por causa da acumulação de sarro na base dos dentes. Então, é o momento de efectuar uma eliminação do sarro. A operação é bastante difícil (será melhor dirigir-se ao veterinário ou a um especialista em limpezas), e isso pressupondo a colaboração do animal para terminar de forma rápida e sem dor: com uma mão agarre com firmeza o focinho do cão, segurando-o pelos lábios, com a outra empunha-se um abridor de boca (ou scaler); depois coloque o abridor entre a gengiva e a base do anel de sarro, mantendo a lâmina aderida ao dente, raspe com movimentos verticais certos e precisos sem danificar o esmalte são.
A eliminação do sarro é uma intervenção delicada que não se deve repetir com muita frequência (com intervalos de três meses). Mais importante é manter os dentes limpos através de uma adequada alimentação e proporcionando ao animal pão seco ou côdeas de pão pela sua acção benéfica de massagem e desincrustante, facilitando a irrigação sanguínea das gengivas.
As unhas e a pelagem
Só é necessário cortar as unhas no caso de, infelizmente, o animal não fazer exercício. Com efeito, quando faz exercício físico regular a unha sofre um desgaste natural contínuo, permanecendo com um comprimento óptimo, isto é, aquele que lhe permite o movimento livre de cada falange.
De qualquer forma, as unhas cortam-se com corta-unhas adequados: é uma acção bastante delicada e, se não souber, recorra ao veterinário ou ao tosquiador, que o ensinará como fazer para não ferir a zona sensível presente no interior.
Na planta do pé é necessário, pelo menos, tirar a lanugem interdigital com uma tesoura de ponta redonda para libertar essa zona dos pêlos e do pó e da terra que ali se depositam. No caso de verificar irritações ou avermelhamento no pé, aplique pinceladas de tintura de iodo.