O cérebro do cão sintetiza, interpreta e processa toda a informação enviada pelos sentidos. Este órgão vital precisa de muito alimento para funcionar correctamente e é servido por uma grande artéria que transporta sangue oxigenado vindo do coração. O cérebro e a medula espinal, conhecidos em conjunto por sistema nervoso central, são protegidos pelo osso resistente do crânio e pela coluna vertebral.
As informações sensoriais, transmitidas por receptores nervosos dos órgãos e dos tecidos, passam pelos nervos periféricos até à medula espinal e daí até ao cérebro.
Como funciona o cérebro
O cérebro é formado por milhares de milhões de células (neurónios), cada uma com cerca de 10 000 ligações a outras células. Estas transportam informação sob a forma de impulsos eléctricos. Os neurónios comunicam entre si através de químicos, os neurotransmissores. A velocidade destas transmissões depende em parte de uma substância gorda chamada mielina. Na juventude, as mensagens são transmitidas a grande velocidade mas, à medida que o cérebro envelhece, passam a mover-se mais devagar. Devido a certas doenças, a mielina pode não se formar correctamente ou degenerar; isto resulta numa função nervosa reduzida.
Instinto e aprendizagem
Os estímulos exteriores recebidos por cada sentido entram no cérebro através de um conjunto de nervos. Uma rede de células, conhecidas por sistema límbico, integra certamente o instinto e a aprendizagem. O conflito entre o que um cão quer fazer instintivamente e o que lhe ensinamos a fazer provavelmente acontece no sistema límbico do cérebro. O homem pode sobrepor-se a este sistema oferecendo recompensas ao cão por este lhe obedecer em lugar de ceder aos seus instintos mais básicos.
O sistema nervoso central
O cérebro é o centro de controlo do sistema nervoso central e a medula espinal a principal "auto-estrada" que envia informações pelo corpo. Doze pares de nervos "nascem" no cérebro e abastecem regiões da cabeça e do pescoço, como os olhos e o nariz. Outros pares de nervos que emergem da medula espinal servem o resto do corpo.
Todos os comportamentos complexos - por exemplo, a resposta de um macho ao odor deixado por outro - envolvem o sistema nervoso central. Quando o macho capta o odor, a informação é enviada ao corpo pelo nervo olfactivo. O cérebro envia actividade eléctrica pela medula espinal até ao nervo que controla a bexiga.
Estes sinais estimulam o esfíncter (músculo que fecha a bexiga) a relaxar. A sensação de eminente relaxamento do esfíncter é enviada pela medula espinal ao cérebro. Aqui, desencadeia mais actividade cerebral, que regressa pela medula espinal até aos músculos que alimentam a pata traseira. Estes estimulam o cão a levantar a pata antes de urinar.
A mente do seu cão
Todos os cães se comportam dentro dos limites do seu cérebro caninó, mas isso não significa que apenas agem por instinto. Longe disso. Cada cão tem personalidade, tolerância, capacidade de treino e "inteligência" próprias. A mente do seu cão é a de um membro sociável de um grupo - a matilha. De certa forma, a mente do cão é semelhante à nossa: a personalidade forma-se devido à herança genética e ao treino e primeiras aprendizagens.
Sabia que...
O tacto é o primeiro sentido que um cão domina e é importante durante toda a sua vida. Todo o corpo, incluindo os pés, está coberto por terminações nervosas sensíveis. Nas sobrancelhas, no focinho e no queixo há pêlos sensíveis (vibrissas) que captam correntes de ar.
