Início

Cãotinho do Labrador Retriever

Um espaço de todos e para todos

Alimentação

Ao contrário de outros predadores, o cão é omnívoro, não se alimentando só de carne. Tem muito menos receptores do paladar na língua do que o homem e consome qualquer coisa que lhe sirva de alimento. Esta falha é combinada com um sensível reflexo de vómito que lhe permite rejeitar alimentos antes de comer, que sejam desagradáveis ou perigosos.
O cão tem um estômago grande e um tracto intestinal relativamente pequeno, a combinação ideal para um caçador e necrófago oportunista. A comida começa a ser decomposta no estômago, mas a maior parte da digestão acontece nos intestinos.

Comedor natural
Os cães selvagens ou abandonados alimentam-se de qualquer coisa disponível e sobrevivem com isso vários dias. O alimento permanece no estômago, pouco digerido, e apenas pequenas quantidades de cada vez vão para os intestinos. Em cães domésticos bem alimentados, especialmente de grande porte, este comportamento natural, combinado com falta de exercício, pode provocar graves problemas de peso.

A dieta do cão
Uma dieta nutritiva e equilibrada produz um canino com bons músculos, ossos fortes e pelagem saudável. Parte da dieta diária de um cão saudável deve ser à base de carne: é uma boa fonte de proteínas e for ce também gorduras que contêm ácidos gordos essenciais necessários a diversas funções do corpo, incluindo uma boa pele e pelagem. A restante dieta do cão deve consistir em fibras solúveis e insolúveis. Uma dieta equilibrada deve também fornecer as vitaminas diárias necessárias. Alguns cães gostam de comer erva e outra vegetação. Erva, raÍzes, bagas e legumes crus são pouco nutritivos por serem de difícil digestão.

A dentição do cão
A boca do cão é ideal para uma dieta de restos. É comprida e profunda, com grandes caninos para golpear, apanhar e segurar presas, pequenos incisivos para separar a carne do osso e para limpar a pele e o pêlo, e pré-molares e molares para rasgar e cortar a carne, e também para mastigar alimentos como raízes e erva. A saliva lubrifica os alimentos depois de mastigados para facilitar a sua entrada no sistema digestivo. Os dentes de um canino são resistentes e fortes apesar de poderem lascar ou quebrar-se ao mastigar ossos. No entanto, um problema mais comum é a doença periodontal, uma doença bacteriana dos tecidos moles e duros que rodeiam e suportam os dentes. Esta doença aparece muitas vezes em cães de companhia; afecta 70% dos cães com mais de quatro anos, mas pode ser evitada com uma rotina de higiene dentária.
O homem sofre com as cáries devido à quantidade de açúcar que ingere; os alimentos ficam presos entre os dentes, que têm fendas e fissuras na superfície. O cão é menos susceptível a cáries pois os dentes não estão tão juntos e os alimentos não ficam presos. Há menos fendas e fissuras onde a comida possa ficar.

O sistema gastrintestinal
O canal alimentar - o caminho pelo qual os alimentos entram no corpo, são convertidos em nutrientes e absorvidos, e por onde são expelidos detritos - é estruturalmente simples, apesar de o seu funcionamento ser complexo. O processo da digestão começa na boca, onde a acção dos dentes começa por desfazer os alimentos. A saliva liga-os e lubrifica-os para passarem pelo esófago; a produção da saliva também mantém a boca "limpa" e os receptores do paladar sensíveis. O esófago é muito elástico e permite a passagem de grandes pedaços de carne; infelizmente, também permite que objectos não digeríveis como ossos e brinquedos possam ser engolidos.
A comida atravessa o esófago até ao estômago. Ácidos e enzimas produzidos pelo estômago começam por digerir as proteínas, os tecidos e as fibras dos alimentos. A secreção destes "sucos" digestivos é controlada pelas hormonas gastrintestinais. As glândulas do estômago produzem muco para evitar que o ácido gástrico danifique as paredes do estômago ou dos intestinos.
Ondas de contracções musculares no estômago misturam os alimentos e deslocam-nos até ao esfíncter pilórico que se abre para permitir que pequenas quantidades de alimento entrem no intestino delgado.


Os intestinos
O canal biliar conduz a bílis produzida pelo fígado e os sucos digestivos do pâncreas até ao início do intestino delgado, o duodeno. Estas secreções contêm bicarbonato, que neutraliza o ácido estomacal, e enzimas, que decompõem os alimentos em moléculas simples que podem ser absorvidas pelas paredes do intestino delgado. Os nutrientes absorvidos passam para a corrente sanguínea e são usados pelas células. As paredes do intestino delgado estão cobertas por vilosidades, que aumentam a área de absorção de nutrientes. Ondas de contracções musculares no intestino delgado misturam os alimentos e fazem-nos deslocar-se.
Depois de terminada a digestão, os resíduos passam para o intestino grosso, ou cólon, onde a água e os sais minerais são absorvidos. O cólon contém um grande número de bactérias - que reduzem a susceptibilidade do corpo a infecções, sintetizam as vitaminas e absorvem substâncias residuais. Cerca de 36 horas depois de serem ingeridos, os alimentos são transformados em fezes e expelidos.


O papel do fígado

O fígado tem um papel central na digestão: produz ácidos biliares que decompõem os alimentos e desempenha um grande número de funções metabó­licas. Os nutrientes são transportados na corrente sanguínea até ao fígado, onde são modificados de diferentes formas, armazenados para futuro uso ou distribuídos pelo resto do corpo. Por exemplo, o excesso de hidratos de carbono é convertido pelo fígado em glicogénio e armazenado; quando necessário, o fígado converte-o novamente em glucose. O fígado também neutraliza substâncias prejudiciais, como drogas e venenos.
 

Necessidade diária de água
O cão perde água diariamente na urina e nas fezes, na respiração e na transpiração das almofadas das patas. É tão dependente da água como o homem e pode sofrer de desidratação e danos irreversíveis se não beber por mais de 48 horas. Apesar de a comida enlatada conter cerca de 75% de líquido, não basta para satisfazer as necessidades do cão. Este eve dispor de um recipiente de água limpa diariamente para beber quando tem sede.
 

Sabia que...
- A dentição do cão é especializada para uma dieta omnívora, com 12 pequenos fncisivos para cortar e morder, quatro grandes caninos com raízes profundas para segurar e rasgar carne, 16 pré-molares para rasgar, cortar e segurar e 10 molares para mastigar e triturar carne e outros alimentos.
- Um aumento da sede pode indicar problemas de saúde e deve ser indicado ao veterinário.
- O sistema gastrintestinal do cão permite-lhe deglutir alimentos com pouca frequência mas copiosamente.
- O fígado produz um líquido digestivo chamado bílis. Esta promove a emulsão das gorduras no intestino delgado, transformando-as em gotículas pequenas, e ajuda a dissolver vitaminas solúveis na gordura. A bílis contém pigmentos bílíares ­ principalmente o produto da destruição dos glóbulos vermelhos; estes pigmentos conferem à bílis a sua cor característica. A vesícula bílíar recebe e armazena bílis produzida pelo fígado e concentra-a removendo-lhe a água. Quando os alimentos entram no duodeno, são libertadas hormonas que estimulam a vesícula biliar biliar a libertar a bílis, comum através do canal biliar comum, para o intestino delgado.

Autor

Autor: 
Toda a Informação aqui contida foi retirada do "Manual Completo CÃO" do Dr. Bruce Fogle.