A sarna é uma doença causada por ácaros, pequenos aracnídeos parasitas que se alojam na pele do animal e começam a se alimentar dela, causando vermelhidão, coceira, feridas e outros sintomas.
Existem três tipos de sarna em cachorro – duas delas contagiosas.
A sarna sarcóptica, também conhecida como escabiose, pode ocorrer em todo o corpo canino. Ela provoca coceiras intensas, crostas na pele (como se fosse cascas), já a otodécica afeta somente os ouvidos e é restrita a cães e gatos. Além de coçar muito, provoca inflamação no ouvido no animal.
O terceiro tipo de sarna em cachorro é o único não contagioso e não curável. Chamado de sarna demodécica ou sarna negra, ele é passado da mãe ou filhote nos primeiros contatos após o nascimento – com a amamentação, por exemplo.
Alguns animais que têm a doença nunca vão chegar a manifestá-la, enquanto outros apresentam feridas e perdem seu pelo durante toda a vida. Diferente das outras, a sarna negra não causa coceira.
Sarna sarcóptica ou escabiose
Geralmente, é nas orelhas, peito e barriga que surgem os primeiros sintomas da sarna sarcóptica.
Cerca de 10 dias após o contágio ou até 2 meses depois, diversos sinais demonstram a presença da doença:
- Coceira intensa;
- Vermelhidão;
- Erupção cutânea, como manchas e bolhas;
- Perda de apetite;
- Crostas grossas e amarelas;
- Queda e/ou ausência de pelo;
- Presença de bactérias e infecções fúngicas.
Quando a sarna em cachorro é identificada como escabiose, geralmente, são recomendados medicamentos tópicos.
São cremes e pomadas que devem ser aplicados nas áreas afetadas. Somente em casos graves o veterinário costuma indicar o uso de remédios via oral ou injetável.
Banhos e cuidados com os materiais contaminados também merecem atenção.
Embora seja comum, a sarna em cachorro requer atenção. Se não tratada, pode se tornar um caso sério de infecção ou provocar duras consequências.
Em estágios avançados, de tanto se coçar o cachorro deixa de comer e perde peso, e a pele fica exposta a infecções generalizadas – afinal, é o maior órgão do corpo e atua como uma barreira protetora.
Sarna otodécica ou sarna de ouvido
O principal sintoma da sarna otodécica é a coceira intensa na orelha e no ouvido. Outro indício é o acúmulo anormal de cera (cerúmen) no conduto auditivo. Essas duas manifestações têm potencial para gerar problemas maiores.
De tanto coçar insistentemente, o cachorro pode acabar se ferindo e se expondo a infecções.
E quando a coceira é associada a uma quantidade excessiva de cera, o resultado é a inflamação no ouvido – otite. Se isso ocorrer, o quadro clínico do cachorro e a dor pioram.
Se a sarna em cachorro for a otodécica, o tratamento também é realizado com medicamentos tópicos.
A diferença, nesse caso, é que o remédio é específico para os ouvidos. Banhos antiácaros também são formas de tratar.
- Leia mais sobre Sarna Otodécica em cães (Sarna de ouvido)
Sarna dermodécica ou sarna negra
Os sintomas da sarna demodécica ou sarna negra em cachorro aparecem de duas formas: em casos localizados, como uma mancha, ou de maneira generalizada, com manifestações no corpo todo.
Os locais mais comuns em que se manifesta são ao redor dos olhos e da boca, nos cotovelos, calcanhares e queixo. Confira os sintomas:
- Vermelhidão;
- Infecções;
- Fragmentos de pele sem pelos;
- Pelos excessivamente oleosos;
- Inchaço;
- Descamação;
- Pele áspera e grosseira e com manchas escuras.
Para cuidar da sarna demodécica, quando não há relação com problemas no sistema imunológico, um creme antiácaro e xampus específicos solucionam rapidamente essa condição.
Já nos casos de sarna generalizada, o tratamento é complexo, longo e feito no corpo todo com medicamentos orais ou injetáveis.
Em geral, casos de sarna generalizada trazem junto uma infecção bacteriana na pele do cachorro, que também deve ser tratada.
Tosa e banhos com xampus adequados ajudam a melhorar a pele, mas será preciso usar, ao mesmo tempo, medicamentos e antiparasitários por meses ou até durante a vida.
Castrar o pet também ajuda no tratamento, porque diminui as oscilações hormonais no corpo do animal.
Em todos os tipos, exames laboratoriais devem ser realizados para certificar-se da presença do ácaro.
O veterinário colhe amostras das feridas, da pele ou da cera de ouvido para análise. Uma vez identificada a presença de sarna e a variação do parasita que aflige o animal, o tratamento adequado pode ser realizado.
- Leia mais sobre sarna negra aqui
Sarna de cachorro pega em humano?
Uma das principais dúvidas entre os tutores é se a sarna de cachorro pega em humano. Então, anote aí: das três sarnas principais, somente a sarcóptica pode ser transmitida para seres humanos.
O problema é que, infelizmente, ela é também a mais comum. Por isso, ao suspeitar disso em seu amigo ou em qualquer outro cachorro, evite tocar no animal sem estar com luvas e devidamente protegido.
Sarna no Cachorro: Prevenção
Previna o aparecimento de sarna no seu cão com a limpeza regular do ambiente em que ele frequenta, e o alimente com uma ração de qualidade para que seu sistema imunológico esteja fortalecido.
Além disso, evite o contato com outros cães contaminados e faça um acompanhamento regular da saúde do seu animal com um médico veterinário.
Sarna no Cachorro: Quando é justo sacrificar um animal?
No dicionário dos homens, eutanásia é aquele ato generoso de proporcionar morte sem dor para quem sofre de uma doença incurável.
No mundo animal, a palavra ganha sentido mais elástico: é estendida para casos em que o dono do bicho doente não pode pagar o tratamento.
Esse é o ponto mais polêmico entre as novas regras definidas pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária.
Mas Orlandi, da Uipa, critica ainda a autorização para sacrificar animais que constituírem ameaça à saúde pública.
“Sarna pode ser considerada ameaça, até conjuntivite é ameaça”, afirma. Na visão dela, o texto deveria deixar claro que a eutanásia só é aceitável quando o bicho tem doença incurável.
É justamente com injeção letal que é feita a eutanásia no Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo. O órgão informa que sacrificou 912 cães e 103 gatos no primeiro semestre.
“São animais removidos da rua, que já chegam ao centro sem condições de serem tratados”, afirma Telma Rocha, subgerente de Vigilância e Controle de Animais Domésticos do órgão.
- Veja também: Coceira e Feridas no Cachorro: O que pode ser?