Em uma campanha racista e de extremo mau-gosto da ong sul-africana Feed a Child, uma criança negra é comparada com um cachorro e tratada como tal durante todo o vídeo. O intuito do material seria dizer que “O pet comum se alimenta melhor do que milhões de crianças” e incentivar a doação financeira para o trabalho da ONG que, no caso, busca alimentar crianças que se encontram em situações muito precárias.
Uma vez que foi lançado, naturalmente, o vídeo recebeu uma enxuada de comentários contrários ao conceito (?) explorado e a fundadora e diretora da ong, Alza Rautenbach, no lugar de admitir a falta de tato da campanha e se desculpar, defendeu o trabalho com a seguinte declaração:
Como uma criança, eu não vejo cor. Como uma criança, eu não vejo raça, ou política. A única coisa que é importante para mim é fazer a diferença na vida de uma criança e garantir que essa cirança recebe comida diariamente.
Como o mundo é um lugar complexo, não levar em consideração questões como cor da pele e política para criar uma campanha, para então exibir um conteúdo como esse para o público, apenas reforça preconceitos arraigados, principalmente em uma sociedade como a sul-africana que de 1948 a 1994 adotou o regime de segregação racial conhecido como Apartheid.
Obviamente há a busca por um tema de impacto ou chocante para que o público doe e se sensibilize com o trabalho da ONG, mas esse certamente não é o caminho.
De fato, muitos tutores se referem aos seus pets como seus filhos, para demonstrar a força do laço entre ambos.
Porém, quando se faz o contrário é, além de extremamente perigoso, de uma insensibilidade absurda. Mostrar uma criança negra, em posição de subserviência e desprovida de sua humanidade é uma ignorância histórica inaceitável.
Assista a campanha abaixo: