A cadela Sofia, hoje com cinco anos de idade, já sofreu bastante em sua vida, mas deu a sorte de aparecer um anjo chamado Sônia Batista em sua vida .
Há dois anos Sônia resgatou Sofia do Centro de Controle de Zoonoses de Votorantim, em São Paulo, quando a cadela estava prestes a ser sacrificada por estar muito ruim de saúde. Sofia tinha falta de glóbulos vermelhos e estava com a doença do carrapato, que chegou a uma fase tão avançada que fez com que a cadela perdesse parte da visão.
Apesar de todos os problemas de saúde que Sofia apresentava, Sônia não desistiu de sua adoção, levou a cadela para casa e deu todo o tratamento que ela precisava. Em pouco tempo Sofia já estava recuperada.
Após perder boa parte da pele da cabeça e a pálpebra, Sofia teve que viver por cerca de um ano com curativos cobrindo toda a área machucada. (Foto: Reprodução / G1)
Porém, alguns meses depois de já estar 100% recuperada, Sofia passou por mais um momento difícil onde Sônia se mostrou novamente ser um verdadeiro anjo em sua vida. Em uma briga com outras duas cadelas, Sofia acabou se machucando bem feio e sofreu lesões muito graves na face e no corpo.
A cadela havia perdido pele em várias partes da cabeça, além da pálpebra superior esquerda, o que comprometeu a lubrificação do olho. Por ser um caso bastante grave, Sofia foi levada para um hospital veterinário de Sorocaba, também em São Paulo. Lá, a cadela passou por uma avaliação. “Existia a possibilidade de uma cirurgia reconstrutiva, mas chegamos à conclusão de que não teria tecido suficiente”, explicou o veterinário Mário Henrique Scarpelli Calejo, que acompanhou o caso do animal.
A cadela recebeu implantes de biomembranas produzidas com técnicas de impressão 3D. (Foto: Reprodução / G1)
A partir daí, os veterinários começaram a pensar em outras alternativas. Enquanto isso, Sônia continuava cuidando de Sofia, fazendo curativos diariamente para proteger o animal e evitar que ela perdesse o olho. Até que surgiu a ideia de partir para a biotecnologia.
Sofia passou por uma cirurgia nunca feita antes no Brasil. A cadela recebeu o implante de biomembranas absorvíveis através de técnica do norueguês Andreas Kaasi.
As duas membranas são biocompatíveis, ricas em colágeno, medem 7 cm x 3 cm e foram produzidas com técnicas de impressão 3D, no Laboratório do Instituto Nacional de Biofabricação da Unicamp, em Campinas (SP).
A cirurgia foi considerada um sucesso e com uma semana os resultados positivos já puderam ser observados. (Foto: Reprodução / G1)
De acordo com Mário Henrique, a cirurgia teve um excelente resultado. “Utilizamos esta ‘pele artificial’ para criar um novo tecido vivo. Agora vamos esperar três meses para a regeneração da pele e, em seguida, será feita a reconstituição da pálpebra”, explicou o veterinário.
Após mais de 40 dias internada, a cadela já está na casa de Sônia novamente, mas segue tendo um acompanhamento veterinário quase diário desde que passou pela cirurgia. “A cachorra é uma fortaleza. Em uma semana já deu para ver os resultados: o pelo cresceu e voltou a circular sangue naquela área”, conta feliz a tutora de Sofia.
Fonte: G1
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