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Dálmata: Caçador, bombeiro e palhaço de circo

O dálmata pertence a uma raça antiga que não parece apresentar nenhum traço de intervenção humana como aconteceu com muitas raças modernas. Chegou até nós como um legado do passado, com a sua aparência “original” e elegante, como as suas manchas vistosas, curiosa e estranha.

Mas qual é sua pátria?

O nome “Dálmata” tem as suas raízes na Dalmácia: é nesta terra que se considera o berço da raça.

Dalmácia é uma das formações regionais e geográficas mais antigas da Europa. É um cinturão costeiro alongado com um comprimento de cerca de 400 km, é uma região que abrange territórios da Croácia, Bósnia e Herzegovina e Montenegro.

1ª versão

Existem duas versões sobre a origem da raça dálmata e seu nome. A primeira versão clássica diz que a raça é assim chamada porque se originou nessas terras.

2ª versão

A segunda versão é muito mais romântica: desde a Idade Média, os clérigos católicos usam roupas tecidas com lã branca e macia de ovelhas que pastam nas montanhas da Dalmácia. Esta vestimenta é chamada de Dalmática (ou Dalmática) – é o manto superior, a vestimenta litúrgica do clero católico.

As variantes dessas roupas mudam de acordo com os feriados em que o serviço é realizado,. Talvez a brancura cintilante e a nobreza das proporções dos dálmatas tenham levado a uma comparação tão sublime e tenham servido de motivo para o nome da raça.

3ª versão

Alguns pesquisadores sugerem a origem egípcia desses cães únicos, encontrando uma confirmação real de suas conclusões na presença de inúmeras imagens de “cães de bolinhas” encontrados nos túmulos dos faraós e sacerdotes do Egito Antigo.

Os cães retratados em desenhos antigos, brancos com manchas pretas (tão surpreendentemente semelhantes aos dálmatas), participavam ativamente do cotidiano dos egípcios, na caça, acompanhavam as carruagens de nobres.

4ª versão

Outra hipótese de origem está relacionada à Índia. E é baseado nos escritos do antigo filósofo grego Aristóteles, que repetidamente menciona em suas obras “cães-tigre” de cor manchada, trazidos da Índia.

Os defensores dessa versão também gostam de se referir ao antigo épico indiano, que fala sobre o nascimento de cães brancos com manchas pretas de um tigre de Bengala branco.

Seja como for, quase todos os viajantes da Idade Média que visitaram a Dalmácia não deixaram de descrever em suas notas de viagem cães brancos de uma beleza incrível com manchas pretas no corpo.

Também preservados estão muitos esboços, esculturas e desenhos do período medieval, retratando esta raça única quase “real”.

História do Dálmata

Dálmata

Dálmata na grama. Fonte: Freepik

Na última edição da norma da raça, aprovada pela FCI em 1999, o propósito do Dálmata é caracterizado como:

  • Cão de companhia;
  • Cão de família;
  • Facilmente treinado para diversos serviços.

Agora vamos ver quem é realmente o dálmata. A primeira menção escrita oficial da raça data de 1771.

Dálmata era um caçador de lebres e pássaros

O famoso naturalista francês Comte de Buffon (1767-1828), autor de História Natural, publica pela primeira vez uma imagem e descrição de um dálmata sob o título Bengal Braque.

O autor argumentou que este cão era bem conhecido na Itália e na França já no século 17 e era considerado uma raça local, um cão comum, com o qual caçavam lebres e pássaros com sucesso.

Dálmata foi chamado de ‘cão de carruagem’

Dálmata

Mulher fazendo carinho no cachorro. Fonte: Freepik

No século XVIII, outro nome para o dálmata foi espalhado – o cão de carruagem. Escolta de carruagens puxadas por cavalos era a principal ocupação do dálmata há 300 anos.

O amor pelos cavalos, a força, a resistência e a habilidade de correr veloz em longas distâncias logo tornaram esses cães companheiros indispensáveis ​​para os viajantes.

Como regra, os cães corriam sob a carruagem, nas imediações dos cascos do cavalo. Eles não apenas ajudavam a passar o tempo em viagens longas, mas também protegiam destemidamente a tripulação e a propriedade na ausência do proprietário.

Desde então, os dálmatas mudaram de “profissão”. Foram usados como cães de caça, mantidos como cães treinadores, eram indispensáveis ​​para viajar, para guardar e escoltar a correspondência.

Para os amantes de cães elegantes, serviam não só para proteger, mas também para chamar a atenção.

Animais inteligentes e com sucesso constante participavam das performances de circo. Em suma, era uma raça versátil, possuindo, além de sua aparência charmosa, também uma inteligência inegável.

Primeiro clube Dálmata foi criado na Inglaterra

Dálmata

Dálmata tirando foto com a dona. Fonte: Freepik

Em 1890, na Inglaterra, considerada legitimamente a segunda pátria da raça, foi criado o primeiro clube dálmata e desenvolvido o primeiro padrão. Posteriormente, formou a base das normas adotadas em outros países.

O primeiro padrão internacional foi desenvolvido pela Fédération Cynologique Internationale (FCI) em 1926 em Mônaco.

Dálmatas foi chamado de ‘Cão de Fogo’

Uma vez na América, o Dálmata logo recebeu uma nova “profissão” e o nome de ‘Cão de Fogo’. Pois quando os bombeiros foram em uma carruagem puxada por cavalos até o local de um incidente, os dálmatas correram na frente, limpando a rua para a passagem.

Na casa em chamas, os cães foram treinados para ficar um andar abaixo dos bombeiros de trabalho para não atrapalharem.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o American Dalmatian Club, fundado em 1905, participou do Projeto Dogs for Defense. Junto com representantes de outras raças, os dálmatas cumpriram com sucesso o dever de guarda, guardaram objetos militares e civis e serviram como cães de patrulha.

Em Boston, os dálmatas foram treinados para entregar suprimentos de ferramentas e equipamentos para a Cruz Vermelha, para guardar propriedades e procurar os feridos, principalmente aqueles que permaneceram sob as ruínas.

Dálmatas eram populares nos circos

No mundo do circo, os dálmatas se estabeleceram como alunos inteligentes e equilibrados, trabalhavam bem com cavalos.

Durante as apresentações, os dálmatas costumam fazer o papel de palhaços e todos os espectadores ficam maravilhados.

Atléticos e proporcionalmente desenvolvidos pela natureza, os dálmatas no circo giravam tambores, sobiam escadas altas, andavam em trapézios.

1956 foi um ano marcante na história da raça. Milhões de leitores ficaram fascinados com as travessuras de cachorros descritas em One Hundred and One Dalmatians, de Dodie Smith.

Dálmatas e o filme da Disney

Os dálmatas ganharam ainda mais fama e amor em todo o mundo em 1961 após o lançamento da versão animada de Walt Disney. Desta vez uma versão fictícia do filme “101 Dálmatas”, e então a sequência – “102 Dálmatas”.

As lojas foram inundadas com brinquedos, roupas, bolsas e guarda-chuvas dos “dálmatas”.

O Dálmata continua sendo um cão versátil: valente vigia e excelente caçador e muito comum como “modelo” de comerciais na televisão, em revistas de moda, atuando com sucesso em filmes.

E o mais importante, ele é um companheiro alegre e dedicado, um companheiro incansável e um amigo confiável.

Você sabia?

cachorro ideal

Dálmata sendo abraçado – Foto: Freepik

Os dálmatas são caracterizados por expressões faciais muito ricas e expressivas; eles são considerados um dos cães mais “sorridentes”.

Dálmata: fêmeas e machos (diferenças)

Acredita-se que as cadelas sejam mais obedientes que os machos. No entanto, é necessário levar em consideração o caráter individual de cada cão separadamente, e o mais importante – seus genes e as condições em que o filhote vivia antes de chegar a sua casa e como ele viverá com você.

A personalidade do Dálmata é fator determinante em exposições

Vale ressaltar que ao participar de exposições e trabalhos de criação, um dos principais fatores que um juiz ou representante do clube prestará atenção, em primeiro lugar, será a personalidade do Dálmata.

A personalidade é o cartão de visita da raça, a característica mais brilhante que o torna um dálmata.

Mas indivíduos agressivos e covardes são categoricamente excluídos da criação e não podem participar de exposições! Um dálmata deve ser um cão ativo, curioso e amigável, e nada mais.

Manchas: a beleza real do Dálmata

Manchas pretas ou marrons de 2-3 cm de diâmetro aparecem em uma base branca; já as redondas não se fundem, têm um contorno pronunciado; as manchas na cabeça e nas pernas são muito menores do que no corpo.

Cuidado na hora de comprar o Dálmata

Na hora de comprar um filhote, é recomendável que você se familiarize com o pedigree de seus pais e avalie seu exterior, bem como se certifique da saúde do animal adquirido e faça testes.

Um cão saudável é alegre, tem bom apetite, mantém a atividade física e pode estar um pouco acima do peso.

Um filhote de cachorro desenvolvido corretamente não tem costelas pronunciadas e altamente visíveis. Assim, a idade mais adequada para a aquisição é de um mês e meio a dois meses.

Antes de comprar, é preciso prestar atenção aos seguintes parâmetros do cão:

  • Nariz completamente preto ou marrom;
  • Ausência de cauda em forma de anel e seu lançamento para trás;
  • Ausência de uma mordida excessivamente densa.
  • É importante verificar se o filhote comprado apresenta surdez – o cão deve reagir ao bater palmas.

Na fase final, é realizado o teste universal do animal, cuja idade é de dois meses.

É preciso lembrar que o dálmata deve passar pelo menos duas horas por dia ao ar livre, conseguindo superar pelo menos oito quilômetros, portanto esta raça é totalmente inadequada para pessoas preguiçosas ou com atividade física limitada.

Os dálmatas são muito limpos e não têm o cheiro de “cão” característico de muitas outras raças, mas é aconselhável penteá-lo diariamente.

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Data: 
31 de Agosto de 2021

Autor

Autor: 
Handreza Hayran
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