Quando um cachorro bebe muita água, pode até parecer que isto é um sinal de boa saúde. Mas não é sempre assim.
Realmente, todo ser vivo precisa de água para viver bem e, com os cães isso não é diferente. É fundamental que eles mantenham um bom nível de hidratação ao longo do dia.
No entanto, se o cão estiver bebendo muito mais água do que de costume, deve-se verificar se não há nada de errado com ele.
Um cão saudável geralmente possui um bom equilíbrio entre a quantidade de líquido ingerido e eliminado.
Essas quantidades mudam de acordo com o porte do cão, inclusive porque o cálculo é feito por quilo.
Se por um lado um cachorro bebe muita água por conta do calor, também é possível que isso mostre que há algum problema mais sério com ele.
Então, neste texto falaremos um pouco mais sobre a ingesta de líquidos e o que um cachorro que bebe muita água pode ter. Acompanhe!
Meu cachorro bebe muita água: manutenção da vida
Antes de falar sobre o que um cachorro que bebe muita água pode apresentar em termos de problemas de saúde, é importante falar sobre a importância disso.
Você deve saber que a água é essencial para a manutenção da vida. Por isso, uma ingesta adequada é necessária para que se tenha as funções vitais normais. Isso ocorre porque a água tem muitas funções para o organismo.
E é preciso conhecer a importância para que se possa entender quando a ingesta de líquidos é excessiva e problemática.
Sendo assim, saiba que as principais funções da água são as seguintes:
- Transporte de substâncias e produtos do metabolismo em geral;
- A água é essencial para que as atividades metabólicas aconteçam;
- A água compõe grande parte dos órgãos e tecidos;
- Amortecimento e proteção dos órgãos e outras partes do corpo;
- Fundamental para a termorregulação.
Deve-se deixar claro ainda que a própria água presente no corpo é proveniente de ingestão de alimentos úmidos e, também das reações do metabolismo celular.
Algo a se considerar nesse caso é que as perdas da água se dão por causa de alguns fatores e ocorre por meio de fezes, da urina, da pele e dos pulmões.
Nos cães, essa eliminação de água ocorre sobretudo pela língua, uma vez que é nessa superfície que os animais “transpiram”.
O que acontece é que a água ajuda o animal a trocar calor com o meio de forma mais simples e bem mais rápida do que seria sem o auxilio da água.
Cachorro que bebe muita água pode ser normal
Antes de mais nada, é importante que você entenda que o consumo de água se relaciona a uma série de fatores.
No entanto, mesmo que isso pareça um pouco exagerado, nem sempre ingerir bastante água vai indicar alguma doença. Veja a seguir os principais aspectos a se considerar:
- Animais jovens possuem uma demanda bem maior por dia;
- A ingestão de água aumenta com o nível de atividade física;
- Gestantes e lactantes, em geral, possuem uma necessidade bem mais elevada de água em relação a esses outros grupos;
- Cães ativos bebem muito mais água do que nos sedentários;
- Temperatura e umidade ambientes também ajudam em muito a definir meia sobre ele;
- Composição dos alimentos.
Cães que comem muita ração possuem uma ingestão de água mais elevada em gera. Quanto maior for o índice de massa seca e, quanto maior for a sua quantidade, mais água que o cão terá que ingerir para que haja equilíbrio.
Outro ponto importante a se observar é que as características da casa, como temperatura, sabor, limpeza e cheiros, influenciam a quantidade de água ingerida.
É importante ainda salientar que alguns fármacos, como esteroides e corticoides também promovem uma ingestão de líquidos superior.
Quanto de água um cão deve beber por dia?
Para saber se um cachorro bebe muita água, é necessário conhecer a ingesta de líquidos recomendada diariamente.
Isso porque se o animal não tem nenhum transtorno metabólico, deve haver um equilíbrio perfeito entre os ganhos e as perdas ao longo de um período.
Diante disso, a média de líquidos que um animal deve ingerir são 70 ml a cada quilograma do seu peso corpóreo.
Isso significa que um cão de cinco quilos deverá beber mais ou menos 350 ml de água, enquanto que um animal de trinta quilos terá que consumir aproximadamente 2,1 litros de líquidos.
É claro que esta é uma média de quantidade, mas em dias mais quentes há uma tendência de consumo maior e, em dias mais frios o consumo tende a ser menor.
Caso exista algum problema de saúde no animal que provoque um aumento da perda de líquidos, com certeza o animal vai ter uma demanda maior de água.
Na clínica veterinária, isso é chamado de polidipsia e, geralmente ela vem acompanhada de poliúria, que é a maior eliminação de líquidos pela urina.
Quando isso acontece, é necessário observar se o animal apresenta também apresenta outros sinais clínicos que demonstrem que possa haver alguma patologia associada.
Quando é normal o cachorro beber muita água?
Quando um cão nasce, ele deve ser amamentado pela fêmea e, nesse período ainda não ingere água.
Mas passados alguns dias o filhote começa a explorar o ambiente e, então passa a ingerir pequenas quantidades de água.
Após o desmame, essa quantidade aumenta e, o cãozinho filhote consome bastante líquido, uma vez que o seu metabolismo é acelerado e, geralmente ele se movimenta muito ao longo do dia.
Fora isso, obviamente, a quantidade de líquido que cada animal ingere é proporcional à sua massa corpórea e porte.
De qualquer forma, essa quantidade deve estar dentro de uma média. Mas existem algumas situações nas quais é normal perceber que o cachorro bebe muita água. As principais são:
- Cadelas prenhes e que estejam amamentando devem ingerir mais líquidos e, por isso sentem muita sede;
- Após a prática de atividade física é normal que o cão ingira uma grande quantidade de água para ajudar a repor o líquido perdido e, para regular a sua temperatura corporal;
- Em dias mais quentes, o cachorro bebe muita água porque ele tem que trocar calor com o ambiente e, faz isso por meio da saliva.
Independentemente da idade, porte do animal e das condições ambientais, é importantíssimo que o pet tenha sempre água fresca e filtrada à disposição.
O ideal é que o tutor reabasteça o recipiente pelo menos duas vezes ao dia, além de manter o bebedouro sempre limpo e em local arejado.
O problema é que muitos pets não consomem a quantidade de água que deveriam. Então, uma opção é ajuda-lo a fazer isso espalhando potinhos com gelo e, até mesmo sucos de frutas liberadas.
Alimentos úmidos também contribuem com isso, mas é importante se atentar ao tipo e as quantidades para não prejudicar a dieta do pet.
O ideal é sempre consultar o medico veterinário antes de oferecer qualquer coisa ao pet, mesmo que sejam alimentos congelados.
Cachorro que bebe muita água: quando isso é um problema?
Se você perceber que o cachorro bebe muita água sem razão aparente, é preciso começar a pensar na possibilidade de ele apresentar algum problema de saúde.
Caso a condição aconteça repentinamente e venha acompanhada de vomito, diarreia, apatia e perda de apetite.
Se isso acontecer, é muito importante correr com o cachorro ao veterinário para uma consulta e exames que detectem o que está acontecendo.
Muitas vezes a condição pode ser passageira. Mas em outras situações, ela indica alguma doença mais grave, que necessita de tratamento.
Então, se você perceber que o seu cão já está bebendo muita água há bastante tempo, o melhor a fazer é levar ele ao veterinário e fazer um check-up completo.
É importante fazer exames para investigar possíveis problemas renais, diabetes e outros desequilíbrios hormonais.
Cachorro bebe muita água: possíveis doenças
Se um cachorro bebe muita água sem motivo aparente, é preciso investigar, uma vez que pode indicar problemas muito mais graves e que demandam uma intervenção.
A seguir mostraremos quais são os principais que ocorrem na clínica médica veterinária de pequenos animais.
Diabetes Mellitus
Assim como acontece com humanos, os cães também podem ter diabetes mellitus, ou melito. Nessa situação, o que acontece é que há uma grande quantidade de açúcares no sangue.
Esse açúcar deveria entrar nas células para ser usada no metabolismo, mas isso não ocorre por falta do hormônio insulina e, a glicose permanece no sangue, causando distúrbios.
Na verdade, a diabetes pode acontecer tanto por conta de uma baixa produção de insulina, quanto por um problema relacionado à sua ação. Também é possível que os dois aconteçam ao mesmo tempo no mesmo indivíduo.
Quem produz a insulina é o pâncreas, que é um órgão responsável pela produção de hormônios (pâncreas endócrino) ou, pela produção de enzimas que auxiliam na digestão (pâncreas exócrino).
O pâncreas endócrino produz os hormônios insulina e glucagon. A insulina é produzida pelas células beta.
O papel deste hormônio é justamente o de permitir que a glicose entre nas células e, seja usada no metabolismo energético, de proteínas, carboidratos e lipídios.
Existem fatores que contribuem para que isso aconteça, como é o caso da obesidade, sedentarismo e, uma alimentação desequilibrada, com excesso de petiscos.
Tudo isso aumenta bastante o risco de o animal desenvolver a doença. E o problema é que inicialmente o problema pode passar desapercebido.
Com o tempo há o agravamento e, então surgem complicações, como é o caso de catarata, aumento da pressão sanguínea, uveítes e problemas renais.
Classificação do Diabetes Mellitus
Nos pequenos animais, como gatos e cachorros, o Diabetes Mellitus tem a mesma classificação usada para humanos.
Sendo assim, ele pode ser do tipo I, ou dependente de insulina ou, não dependente de insulina.
No caso do diabetes mellitus insulinodependente, as células beta do pâncreas são destruídas por um problema autoimune.
Nesse caso, não há secreção de quantidades de insulina suficientes para manter o funcionamento do organismo do pet.
Essa condição é mais comum em animais mais velhos, mas também pode ocorrer nos mais jovens.
O grande problema é que se a quantidade de glicose circulante aumenta muito, o cão pode desenvolver cetoacidose.
Nesse caso pode ocorrer o que se chama de acidose metabólica, que exige intervenção emergencial.
O diabetes mellitus não insulinodependente é o tipo mais frequente em gatos, mas também pode acontecer com os cães.
Nesse caso, as células se tornam resistentes à ação da insulina e, também há uma diminuição da produção dela pelo pâncreas.
Pode-se falar ainda em uma terceira classificação, conhecida por diabetes secundário. Nem todos os pesquisadores consideram este tipo, mas de qualquer forma, há uma relevância para a clínica.
Isso porque nesse caso outros hormônios aumentam no organismo do animal, como glicocorticoides, que são antagônicos à insulina.
Em todos os casos os animais vão apresentar problemas metabólicos. E quando se fala em diabetes, deve-se ter em mente que pode acontecer com qualquer animal, em qualquer idade.
Mas os estudos indicam que algumas raças são mais predispostas, como: Poodle toy, Terrier Australiano, Schnauzer, Cocker, Labrador, Bichon Frisé, Spitz, Pinscher, Samoieda, Pug, Fox Terrier, Husky Siberiano, Keeshound e Dachshund.
Cachorro bebe muita água: Hipertireoidismo
O hipertireoidismo é mais uma condição que faz o cachorro beber muita água. Também conhecida como tireotoxicose, ela é mais comum em gatos do que em cães.
Quando ela acontece, o nível de hormônios tireoidianos circulantes, T3 e T4, aumenta bastante. E como eles estão relacionados ao metabolismo do organismo do animal, acontecem vários transtornos.
Até hoje ainda não se sabe ao certo o que provoca o problema, mas o que se conhece é que fatores ambientais, nutricionais e genéticos com certeza influenciam.
Ao que parece, uma ingestão insuficiente de iodo, uso de soja como principal fonte de proteína e, o bisfenol contribuem para o aumento dos níveis hormonais.
Quando a condição está presente, o cachorro bebe muita água e, também podem surgir tumores na tireoide ou hipófise.
Conforme a doença evolui, ela costuma provocar emagrecimento, muito calor e, também causa prejuízos ao sistema cardiovascular.
É mais comum que o hipertireoidismo aconteça em fêmeas de meia idade e idosas. Mas também pode ocorrer em machos.
Hiperadrenocorticismo (HAC) ou Síndrome De Cushing
O Hiperadrenocorticismo (HAC), também conhecido como Síndrome de Cushing é uma doença de origem endócrina.
Quando o animal apresenta o problema, há um grande aumento na concentração de glicocorticoides no organismo.
Esse aumento pode acontecer tanto por conta de uma alteração nas células das glândulas adrenais, quanto por excesso de alguns medicamentos.
A glândula adrenal se localiza bem próxima ao rim e, produz principalmente o cortisol, que é o glicocorticoide mais importante.
Este hormônio se relaciona com a resposta ao estresse, além de elevar os níveis de glicose no sangue e, suprimir as reações inflamatórias.
Como ocorre o hiperadrenocorticismo?
Esse transtorno hormonal pode ocorrer por conta de uma série de fatores diferentes, incluindo:
- Excesso de produção ACTH pela hipófise por conta de algum tipo de tumor corticotrófico;
- Secreção de cortisol excessivo por conta da presença de um tumor localizado no córtex da glândula adrenal;
- Uso de glicocorticoides em excesso.
Em cães, é mais comum encontrar o hiperadrenocorticismo hipofisário em animais mais velhos, com mais de seis anos de idade.
Ademais, cães de porte pequeno, como Poodle, Dachshund, Beagle, Yorkshire Terrier e Boston Terrier, por exemplo.
Por outro lado, o HAC adrenal-dependente é mais comum em cachorros de porte grande em idade mais avançada.
Hipoadrenocorticismo
O hipoadrenocorticismo, pode ser chamado de síndrome de Addison, é uma alteração hormonal na qual o animal produz quantidades insuficientes de glicocorticoides ou mineralocorticoides.
Ambos são produzidos pelas glândulas adrenais e, este problema é bem incomum em cães, mas tem uma tendência de aparecer em Poodle, Rottweiler e West Highland White Terrier.
É comum que a doença ocorra em fêmeas jovens, com menos do que um ano de vida. Nos machos, não há uma idade de maior relevância.
A doença primaria não tem uma causa determinada, mas pode ser estimulada por problemas de saúde e uso de medicamentos. Nessa etapa as camadas do córtex da adrenal atrofiam.
Em contrapartida, o hipoadrenocorticismo secundário ocorre quando há um problema na hipófise, reduzindo a produção de ACTH, hormônio responsável pela estimulação da adrenal.
O grande problema é que as vezes o cachorro bebe muita água, mas o tutor não percebe isso como um sinal de doença.
Então, na maioria dos casos, quando vem o diagnóstico, as glândulas adrenais do cão já não funcionam mais.
Cachorro bebe muita água: pode ser piometra
Piometra é a denominação dada à doença uterina que se desenvolve quando o endométrio cresce excessivamente.
O endométrio é a camada mais interna do útero e, quando ele começa a se desenvolver excessivamente, pode ocorrer uma infecção bacteriana.
Isso porque no interior do útero começa a haver um grande acúmulo de muco e, também de pus. Conforme o quadro se agrava, é bem comum que o animal sita muita dor.
Ela pode ser ainda aberta ou fechada. O primeiro caso é quando o colo do útero está aberto e, por isso a secreção escorre pelo canal vaginal.
A piometra fechada se dá quando o colo do útero permanece fechado e, com isso, o líquido se acumula dentro da cavidade uterina do animal.
Este segundo caso costuma ser mais grave, uma vez que as bactérias que permanecem no corpo do cão produzem toxinas. E há também um maior risco de desenvolvimento de infecção generalizada.
O cachorro está bebendo muita água? Pode ser mudança na alimentação
Se o seu cão está bebendo muita água, você também deve observar se houve alguma mudança importante na alimentação do pet.
O maior motivo para isso é a passagem da comida enlatada para a ração seca. Isso porque enquanto o alimento úmido tem mais do que 70% de água, a ração seca tem menos do que 10% na maioria dos casos.
Por isso, se o animal tinha uma dieta baseada em alimentos úmidos e, agora passou a comer ração seca, é completamente normal que ele passe a beber mais água.
Esse aumento na ingesta de líquidos também é muito comum em filhotes que estão em fase de desmame.
Isso porque o leite materno é rico em água e, consegue hidratar o animalzinho com eficiência. Mas a partir do momento em que o pequeno pet passa a comer essencialmente a ração seca, então deve aumentar em muito a ingestão de água para compensar.
Sendo assim, tenha atenção a essas mudanças alimentares e, sempre que necessário, ofereça quantidades maiores de água ao pet.
Quando é preciso oferecer mais água para o pet?
Se o seu cachorro bebe muita água, pode ser que ele só esteja compensando as suas perdas de líquido ou, pode ser que haja algum problema de saúde.
No entanto, não se pode esquecer que o consumo de quantidades de líquido adequadas é algo muito importante para a saúde e bem estar do pet.
Sendo assim, é importante saber em quais situações é realmente importante dar mais água ao pet para que ele se mantenha hidratado.
- Após atividade física: o pet perde muito líquido para resfriar o corpo enquanto se movimenta;
- Em dias mais quentes: com o calor, o cachorro usa a saliva para se manter estável e, com isso, perde bastante líquido;
- Cadelas prenhes ou lactantes também possuem uma demanda elevada de líquidos para manter o funcionamento do metabolismo;
- Cães filhotes possuem metabolismo elevado e consomem bastante água.
Não importa a situação do seu pet ou quanta água ele toma ao longo do dia. Ele sempre vai precisar ter um pote de água fresca e limpa à sua disposição.
Procure higienizar bem o recipiente pelo menos duas vezes por semana. E a água deve ser trocada com bem mais frequência, preferencialmente, duas vezes ao dia.
Conclusão
O consumo de líquidos é fundamental para a manutenção da vida e da atividade metabólica dos animais.
No entanto, quando o cachorro bebe muita água pode ser sinal de problema e, é necessário levar o animal para um check up completo com o veterinário.
De qualquer forma, não se esqueça de deixar sempre água limpa e fresca ao alcance do pet!
O post Meu cachorro bebe muita água: possíveis razões apareceu primeiro em Portal do Dog - Para quem ama cachorros!.