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Nanismo hipofisário em cães: causas, sintomas e tratamento

O nanismo hipofisário é um problema de ordem hormonal que leva principalmente a um crescimento anormal de cães e gatos.

De maneira geral, esta é uma doença hereditária, que ocorre por uma falta do hormônio do crescimento, mais conhecido na medicina veterinária como GH.

Por conta de quantidades insuficientes do hormônio em questão, o crescimento do pet fica prejudicado e se mostra bastante inadequado em relação à raça e idade do animal.

Dessa maneira, o que ocorre basicamente é que o animal fica com uma aparência de filhote para sempre.

Basicamente é isso, mas as consequências vão muito além apenas das aparências do animal. Então, continue lendo este texto para entender mais e melhor sobre o nanismo hipofisário em cães.

O que é e como acontece o nanismo hipofisário em cães?

Adorno para cães

Pequeno cachorro posando de perfil com laço vermelho no pescoço. Foto: Freepik

O nanismo hipofisário em cães é uma condição na qual o animal possui desordens hormonais que impedem o seu desenvolvimento adequado.

Nesse caso, o problema é de ordem genética, sendo hereditário e, se dá porque a hipófise não se forma normalmente.

Esta é uma glândula endócrina de enorme importância para os animais em geral, uma vez que ela é responsável pela liberação de hormônios importantes para o metabolismo do pet em geral.

Sendo assim, quando existe uma desordem genética que leva a uma formação inadequada da glândula, todos os hormônios produzidos por ela acabam sofrendo interferências.

É justamente por isso que surgem sinais que vão bem além apenas do próprio nanismo. Os cães apresentam, por exemplo, alterações dermatológicas com certa frequência.

Assim, animais com essa condição geralmente apresentam alopecia simétrica bilateral, que tem como sinal clássico a perda de grande parte da pelagem, principalmente em regiões como o tronco, o pescoço e as coxas.

Em muitos casos a pele acaba ficando mais fininha, com uma pigmentação mais acentuada e, então é possível arrancar os pelos facilmente.

Muitas vezes também são encontrados transtornos de ordem reprodutiva, como é o caso de alterações nos cios das fêmeas e atrofia testicular nos machos.

Existem ainda outras alterações bem comuns. Mas quando o animal chega até a clínica, geralmente é porque o tutor notou uma alteração no seu desenvolvimento.

A partir desse momento é preciso começar a fazer uma série de testes, começando pelos exames clínicos e unindo os sinais aos resultados dos exames.

Apesar de existirem várias maneiras de se avaliar a presença de nanismo hipofisário em cães, o mais comum é o uso da estimulação hormonal com GH, seguida da avaliação da resposta da própria hipófise.

Esta é uma doença que pode se manifestar em cachorros de todas as raças e todas as idades, além de acontecer também em gatos.

Entre as raças nas quais mais se observa este tipo de situação, a principal e Pastor Alemão. Mas existem também relatos de exemplares anões de Lulu da Pomerania e Pinscher.

É interessante observar também que esta é uma desordem genética e, não existe um tratamento específico para ela.

No entanto, pode-se administrar doses de GH, ou hormônio do crescimento para estabilizar a condição.

Hoje em dia, para cachorros os hormônios usados são aqueles de suíno e de humanos, pois ainda não há disponibilidade do hormônio específico para cães.

Existem ainda alguns riscos envolvidos nesse tipo de tratamento, uma vez que a constante dose hormonal oferecida ao animal podem levar ao desenvolvimento de outras condições, como diabetes e acromegalia.

Sendo assim, é importantíssimo que em caso de nanismo hipofisário em cães, o animalzinho seja constantemente monitorado por um médico veterinário de confiança.

Com um bom controle da condição e do tratamento em geral, o animal pode viver muito bem e, há crescimento dos pelos, melhora do aspecto da pele e, há um ganho de peso.

Conhecendo melhor o nanismo hipofisário em cães

cão

Cão deitado – Foto: Freepik

O nanismo hipofisário gera principalmente falhas no processo de crescimento normal dos animais e, no desenvolvimento da pelagem deles.

Isso se deve à diminuição dos hormônios de crescimento que são normalmente secretados pela hipófise.

Esta é uma condição considerada rara em cachorros, sendo uma condição genética determinada por um gene recessivo.

Sendo assim, a ocorrência é mais baixa, uma vez que os dois pais devem possui o gene pra que possam gerar um descendente com a condição.

Não existe nenhuma descrição de que a doença atinja mais um sexo do que outro, mas é possível que o problema ocorra também por outras causas.

Alguns processos patológicos graves vividos durante a fase intra-uterina podem levar ao nanismo hipofisário em cães. Mas o fator hereditário é muito mais relevante nesse caso.

É interessante observar que os animais acometidos não costumam manifestar sinais nítidos durante os seus dois primeiros meses de idade.

Mas a partir dessa fase em que os animais começam a se desenvolver mais, é possível perceber melhor as diferenças.

O filhote com nanismo hipofisário se desenvolve muito mais lentamente e, além disso, a pelagem de filhote, ou lanugem, fica intacta e os pelos mais grossos não se desenvolvem como deveriam.

Problemas a serem descartados

Quando se tem uma suspeita de nanismo hipofisário em cães, deve-se ter em mente que essa é uma condição rara.

Por isso, existem maiores chances de o animalzinho ter algum outro tipo de problema, que não o nanismo hipofisário.

Sendo assim, diante de sinais clássicos é preciso analisar com cuidado a condição do pet e, então eliminar outras possibilidades.

Existem alterações endócrinas que podem levar a um crescimento deficiente do pet. O hipotireoidismo congênito é o mais importante, uma vez que também pode provocar um atraso no desenvolvimento geral do cão.

O diabetes mellitus também pode levar a uma condição de pouco desenvolvimento dos pets, por conta de um comprometimento metabólico.

Além disso, é preciso fazer uma bateria de exames nesses animais, eliminando-se assim a possibilidade de se ter condições como desnutrição, disfunções hepáticas, doença renal, problemas no desenvolvimento ósseo, entre outras.

Sinais clínicos do nanismo hipofisário em cães

dois filhotes

Dois filhotes – Foto: Freepik

Como já foi dito, o principal sinal que leva à desconfiança de que o animal tenha nanismo hipofisário é o crescimento em velocidade inferior ao que seria normal para o cão.

No entanto, assim como ocorre com a maioria das doenças hormonais, neste caso surgem vários outros sinais.

É claro que um único cão pode não apresentar todos eles de uma vez. Mas os principais são:

  • Alopecia focal: quando existe queda de pelo acentuada apenas em alguns locais;
  • Alopecia generalizada: neste caso o animal pode apresentar falhas na pelagem ao longo de todo o seu corpo;
  • Hiperqueratose escamativa: é quando a camada mais externa da epiderme fica mais espessa por conta de uma maior deposição de queratina. Quando isso acontece a camada granular também aumenta e, pode haver descamação;
  • Prognatismo: é a formação anormal da face, levando a uma desarmonia que envolve tecidos como os ossos, dentes e músculos. A parte inferior da boca pode crescer excessivamente;
  • Hiperpigmentação da pele: em vários pontos a pele do animal pode se tornar tanto mais espessa, quanto mais escurecida;
  • Desenvolvimento retardado: esta é a condição mais clara associada ao nanismo hipofisário em cães;
  • Erupção dentária retardada: é algo bem pronunciado também, sendo comum ver esses animais apresentarem um atraso na dentição;
  • Pápulas: são lesões de pelo com bordas bem definidas, que podem ter a mesma coloração ou se apresentarem com uma pigmentação diferente da pele, como marrom ou arroxeado;
  • Piodermite: é uma infecção bacteriana de pele que geral uma inflamação. Se pode chamar isso também de foliculite, uma vez que envolvem os folículos pilosos, que são os locais da pele de onde nascem os pelos.

Exames mais usados para o diagnóstico

nanismo hipofisário

Cão no veterinário – Foto: Freepik

Quando se suspeita da existência de um quadro de nanismo hipofisário em cães, é preciso fazer exames completos e, associar sinais clínicos, anamnese, epidemiologia e exames físico e laboratoriais.

Entre os exames laboratoriais, existem várias possibilidades, uma vez que muitos são de grande relevância quando se desconfia de uma condição como essa. Sendo assim, é mais do que normal se o médico veterinário solicitar testes como:

  • Urinálise completa
  • Tomografia computadorizada
  • Ressonância magnética
  • Teste de estimulação com alfa-adrenérgicos
  • Hormônios – TSH
  • Hormônios – GH
  • Dosagem de IGF-1
  • Radiografia
  • Hemograma completo

Tratamento para o nanismo hipofisário em cães

Quando o tema é o nanismo hipofisário em cães, não existe um tratamento definitivo para a condição.

No entanto, já existem vários estudos que avaliam cuidadosamente os efeitos da administração do hormônio do crescimento nos pets.

Mesmo que o hormônio utilizado não seja específico para cães, ainda assim é possível obter resultados positivos com o tratamento.

Além disso, deve-se realizar o manejo das lesões dermatológicas a fim de impedir que elas evoluam e, permitindo que os animaizinhos se sintam bem mais confortáveis.

Existem médicos veterinários que sugerem um tratamento usando progestágenos, mas essa é uma opção de alto custo, longa duração e, que pode levar a efeitos adversos mais intensos.

Alguns profissionais indicam o tratamento com progestágenos, apesar de diversos efeitos colaterais serem relatados. Vale ressaltar que tal protocolo é longo e de alto custo, além de não ser definitivo.

Cães normais podem ter filhos com nanismo hipofisário

nanismo hipofisário

Cadela com seus filhotes – Foto: Freepik

Como você já sabe, o nanismo hipofisário em cães é uma condição hereditária, sendo transmitida geneticamente de pai para filho.

No entanto, isso não significa que os pais de um filhote que nasce com o problema precisam manifestar a doença também.

Isso acontece porque essa é uma doença de caráter recessivo. Sendo assim, ela só se manifesta realmente se o alelo que a define se apresentar em dose dupla.

Sendo assim, animais heterozigotos, que tenham um alelo normal e o outro para o nanismo não serão anões.

Mas no momento do cruzamento, se os dois genitores tiverem o alelo para nanismo, eles podem se juntar gerando assim um filhote com essa característica.

Seguindo a mesma lógica, um mesmo casal de cachorros pode ter filhotes normais e outros que apresentem o nanismo em uma mesma ninhada.

Mas é importante falar ainda sobre a existência de um tipo de nanismo que nada tem a ver com a hipófise, o nanismo acondroplásico.

Nesse caso, os membros se apresentam desproporcionalmente mais curtos em relação ao restante do corpo do animal.

Inclusive, essa é uma condição que naturalmente se apresenta em raças bastante comuns, como o Dachshund, Basset Hound e Corgi, cujas perninhas são bem menores que o corpo.

O cachorro com nanismo hipofisário costuma viver menos

nanismo hipofisário

Filhotes – Foto: Freepik

O nanismo hipofisário em cães é uma condição que quando bem controlada permite que o animal tenha uma vida boa.

Apesar da qualidade de vida e, mesmo que o tutor cuide muito bem do peludinho, ainda assim essa condição diminui a expectativa de vida em geral.

O tratamento adequado consegue normalizar algumas das funções hormonais dentro do organismo, mas ainda assim o animalzinho pode apresentar disfunções.

Os hormônios possuem funções importantíssimas dentro do organismo e, a alteração nos níveis deles mexe com diversos fatores.

Diante disso, por melhor que o animal seja cuidado, é normal que a sua expectativa de vida não chegue aos dez anos.

O cachorro anão precisa de cuidados especiais no dia a dia

Quem tem um cachorro com nanismo hipofisário, precisa ter em mente que essa é uma condição que vai exigir cuidados específicos ao longo de toda a vida dele.

Sendo assim, a fim de se manter um tratamento adequado, deve-se levar o animalzinho rotineiramente para consultas com o profissional responsável.

Além disso, de tempos em tempos é preciso realizar exames hormonais e bioquímicos em geral para verificar como anda a saúde do pet.

Uma alimentação equilibrada e de qualidade também é imprescindível, uma vez que muitos animais têm problemas para se alimentar ou vomitam após as refeições.

Deve-se ter cuidado também em relação à prática de atividades físicas, levando-se em consideração as orientações do médico veterinário em relação à frequência, duração e intensidade.

Apesar de o nanismo hipofisário em cães não impedir a prática de atividades físicas, alguns cães apresentam dificuldades em se exercitar.

Ainda assim, os passeios bem controlados são essenciais para a manutenção da saúde física e emocional do animalzinho.

Conclusão

O nanismo hipofisário em cães é uma condição complexa e que envolve várias questões sérias. Por isso, se você tiver um animalzinho com esse problema, cuide bem dele!

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Data: 
20 de Novembro de 2022

Autor

Autor: 
Handreza Hayran
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