Originalmente, o teste de Campbell foi desenvolvido por um especialista para o estudo de características animais.
No entanto, com o tempo os criadores de cães passaram a usar tal teste para tentar prever como seria a personalidade do pet no futuro.
Sendo assim, hoje o teste é usado para a seleção dos cães ainda durante as suas primeiras semanas de vida.
Entretanto, de acordo com um estudo da Universidade de Viena, os cães herdam muitas características dos seus tutores.
Dessa maneira, o teste feito no início da vida seria apenas um auxiliar, mas não ofereceria nenhuma certeza sobre as características de um animal.
Mas para entender melhor essa questão, elaboramos este texto que vai te mostrar muitas coisas interessantes sobre o teste de Campbell e, como ele é realizado exatamente.
O que é o teste de Campbell e o quanto se pode confiar nele?
Cão no parque – Foto: Freepik
Antes de começar a entender melhor como o Teste de Campbell funciona, você deve saber que ele foi criado por um etimologista americano em 1973.
À princípio o estudioso desenvolveu este teste como forma de analisar mais profundamente o comportamento canino.
A ideia seria analisar os animais em diferentes faixas etárias, desde os primeiros meses de vida, até a velhice.
Para isso, foram propostos vários exercícios e, os resultados obtidos nas diferentes fases deveriam ser comparados.
No entanto, conforme as pessoas foram percebendo que os resultados dos testes eram bastante sólidos, passou-se a usar o teste como forma de determinar o caráter de um cachorro no futuro.
Especialistas usam o teste como parâmetro
Hoje em dia, muitos criadores e especialistas em cães têm este teste como um parâmetro para a seleção dos animaizinhos.
Inclusive, é possível encontrar a metodologia do teste em muitos sites de criadores caninos por aí.
Isso se deve ao alto grau de confiabilidade que se atribui a este tipo de teste e, o quanto os resultados realmente costumam ser interessantes.
No entanto, quando se fala no teste de Campbell é preciso ter um certo cuidado, uma vez que quando o animal ainda é filhote, o teste é realizado por uma determinada pessoa, em um certo lugar.
Quando o teste for repetido em momentos futuros, pode ser que as condições sejam diferentes, o que por si já é o suficiente para mudar os resultados.
Além disso, é importantíssimo compreender o quanto o meio influencia no desenvolvimento físico e psicológico de um indivíduo.
Ou seja, durante os primeiros meses de vida, o animal ainda não teve o seu desenvolvimento emocional completo.
Com o passar do tempo o pet passa por uma série de situações boas e ruins que vão moldando o seu comportamento.
Apesar de isso ser importantíssimo para qualquer animal, o teste de Campbell desconsidera o ambiente, a educação que o animal recebe e as suas experiências no futuro.
De qualquer forma, o teste funciona muito bem para que se avalie apenas as tendências comportamentais de um animal no futuro. Ou seja, é possível estimar o caráter do cão.
Por que fazer o Teste de Campbell?
Pode ser que você esteja se perguntando se realmente é necessário estimar a índole do animal. E a resposta é que na maioria dos casos isso é sim bem importante.
Isso porque normalmente as pessoas escolhem uma raça ou animalzinho apenas pela sua aparência física.
No entanto, o porte do animal e o tipo de pelagem que ele possui deveriam ser os aspectos menos importantes.
As pessoas deveriam se importar muito mais com o caráter do pet que vai conviver com elas durante tanto tempo.
Cada uma das características do seu perfil deve estar completamente de acordo com o ambiente no qual ele vai viver.
A forma de demonstrar carinho, a personalidade e o nível de atividade, por exemplo, devem estar de acordo com as características do tutor e, do ambiente onde o cão irá viver.
Criança com seu cãozinho no sofá – Foto: Freepik
Quando tutor e animal combinam, tento um perfeito entrosamento desde o início, é possível ter uma convivência extremamente feliz e saudável.
Outro ponto importante é saber se o animal escolhido poderá ou não se adaptar adequadamente ao adestramento e socialização.
É interessante perceber que nas diferentes ninhadas é normal que existam diferenças entre os filhotes.
Sendo assim, é importantíssimo oferecer o filhote mais adequado para cada pessoa, de modo que se possa ter um bom entrosamento entre o animalzinho e a sua nova família.
Diante disso, o teste leva em consideração uma série de aspectos, tentando assim traçar um perfil comportamental do pet.
Inclusive, este é o teste que se utiliza para selecionar os cães que estão aptos a serem guias para deficientes visuais.
Muitas vezes, os próprios adestradores realizam este tipo de teste nos filhotes, visando mensurar de alguma maneira o potencial de aprendizado deles.
Passo a passo para fazer o teste de Campbell
Se você pretende realizar o teste de Campbell com um animalzinho, precisa saber como fazer isso adequadamente.
Antes de mais nada se deve deixar bem claro que este é um recurso de uso profissional, uma vez que as pessoas leigas podem não conseguir interpretar tão bem os resultados obtidos.
De qualquer forma, a execução é bem simples, bastando ter papel e caneta em mãos, além de uma cópia do teste.
A sequência completa pode ser realizada em apenas alguns minutos e, os melhores resultados são obtidos com animais que tenham entre 7 e 9 semanas de vida.
A seguir você verá quais são os exercícios em sequência.
1. Teste de Campbell: Vir até nós
A primeira questão que o teste de Campbell visa avaliar diz respeito à capacidade do animalzinho de ir até você.
Gentilmente, pegue o filhote e coloque-o no chão em um lugar que lhe seja estranho. Depois você deve se afastar vagarosamente e, se agachar.
Então, experimente chamar o animalzinho com um tom de voz animado. Também vale bater palmas ou os pés no chão.
Como chamar um cachorro – (Foto: Reprodução / Google)
A partir da observação do animal, deve-se marcar a opção mais condizente:
- a) veio prontamente, pulou em você e, talvez, pós a boca na sua mão ou mordeu-a.
- b) veio prontamente, cauda levantada e subiu no seu colo.
- c) veio prontamente, cauda nivelada ou ligeiramente caída.
- d) veio, mas hesitante, talvez rastejando.
- e) não veio.
2. Teste de seguir
Quando o filhotinho estiver tranquilo, você deve ficar em pé e se afastar do animal aos poucos, sem encorajar o cão e nem ficar falando com ele.
Border Collie – Foto: Freepik
O intuito desta etapa do teste de Campbell é verificar como o animalzinho reage quando as pessoas se afastam dele.
- a) seguiu você bem de perto, cauda levantada, sacolejando e perseguindo seus pés.
- b) seguiu-o bem de perto, cauda levantada e parou bem perto.
- c) seguiu-o hesitante.
- d) seguiu-o devagar, talvez rastejando.
- e) não o seguiu.
3. Teste de Campbell: Habilidade de pegar objetos
Cão com a bolinha – Foto: Freepik
A terceira etapa do Teste de Campbell consiste, basicamente em observar qual é ó nível de habilidade que o animal possui para ir buscar objetos.
Para fazer isso, experimente fazer uma bolinha de papel amassado. Então mostre ao pet e, quando tiver certeza de que ele viu, jogue o objeto.
Observando a reação do animal, você deve escolher uma das alternativas:
- a) perseguiu o papel rapidamente, trouxe-o de volta, mas ficou brincando sem devolvê-lo.
- b) perseguiu o papel, trouxe-o de volta e permitiu que você o pegasse.
- c) foi atrás hesitante, mas trouxe-o de volta até, pelo menos, parte do caminho.
- d) não foi atrás.
- e) foi atrás do papel mas desistiu, mudando de direção.
4. Análise da resposta ao adestramento
Ensinando o cachorro – Foto: Freepik
Por meio do teste de Campbell é possível analisar o quanto o animal consegue responder a uma proposta de adestramento.
Para isso, quando o teste é feito com o animal filhote e não treinado, a ideia é ensinar ele a sentar.
Para isso, você deve se colocar em pé na frente do cão, de modo que ele possa te olhar efetivamente.
Levando a mão para cima da cabeça do cão, amasse um papel, deixando que o animal perceba claramente o que aconteceu.
Ainda fazendo o mesmo barulhinho, você deve levar a mão lentamente mais para trás, em direção à cauda e, dizer “senta”.
Repita o exercício quatro ou cinco vezes e, depois observe se o filhote:
- a) pula em você, tentando pegar o papel.
- b) pula em você na primeira vez, mas depois, na segunda ou terceira tentativa, senta rapidamente com a cauda balançando.
- c) senta na segunda ou terceira vez.
- d) senta e, depois, deita.
- e) vai embora
5. Tolerância a ser acariciado
Em muitos casos, é importantíssimo saber como um animal lida com carícias, uma vez que existem cães muito carentes, enquanto há outros que toleram muito melhor o contato físico.
Cachorro carinhoso – Foto: Freepik
Sendo assim, nesta etapa você deve realmente fazer carinho no pet, passando a mçao pela cabeça, pescoço, ombros as costas.
Teste as orelhas, focinhos e patas para ver como o animal reage:
- a) pula em você, rosna ou morde suas mãos.
- b) põe as patas nas suas mãos, fica excitado movendo o corpo e tenta subir em você.
- c) fica excitado, movendo o corpo e lambe sua mão.
- c) rola no chão e fica de barriga para cima.
- e) debate-se e afasta-se.
6. Teste de Campbell: Dominância
Quando se fala no teste de Campbell, deve-se levar em consideração se um determinado animal é dominante ou não.
Para fazer a técnica nesse caso, é preciso cuidadosamente rolar o pet de lado e de costas. Feito isso, deve-se segurar o animal até que se acalme.
Rottweiler – Foto: Freepik
De acordo com as observações selecione uma das seguintes opções:
- a) resiste com todas as suas forças, tenta morder, rosna e resmunga.
- b) resiste vigorosamente e talvez resmunga.
- c) resiste, mas depois se acalma.
- d) não resiste, lambe suas mãos.
- e) não resiste e, talvez, urina.
Interpretação do teste de Campbell
Viu só como é fácil fazer o teste de Campbell com um animalzinho e tentar descobrir e a sua identidade?
Mas para que se justifique o uso, é importantíssimo aprender a analisar os resultados. Então, mostraremos como você deve interpretar o que obteve.
Animal obteve 3 ou mais A’s
Isso mostra que o filhotinho tem certa tendência à dominância e agressividade. Por isso, pode ser que ele morda em algumas situações específicas.
Sendo assim, este não é o melhor animal para pessoas mais tranquilas e, nem mesmo para casas onde já existam crianças.
Além disso, um cachorro dominante precisa de um tutor que o eduque super bem e, com a firmeza necessária.
Quando bem treinado e socializado, este é o tipo de animal que se transforma em uma ótima companhia quando bem treinado e socializado.
Mais do que 3 B´s ou sequência de A e B.
Isso vale para quando o animal tem no seu teste pelo menos três respostas em B ou em A e B alternados.
Nesse caso, o animal tem uma forte tendência a ser dominante e, ao mesmo tempo extrovertido.
Para um tutor mais experiente, este pode ser um excelente cão de trabalho. Além disso, ele pode se dar bem com crianças mais velhas.
Teste de Campbell com mais do que 3C´s
O cão que tem a maior parte das respostas do teste em C, tem potencial para ser legal com qualquer pessoa.
Isso vale inclusive para crianças, idosos e tutores de primeira viagem.
Teste de CampbelL: maioria das respostas em D.
Se ao fazer um teste de Campbell com um animal de estimação é importantíssimo compreender que quando se tem mais do que três respostas D, significa que o animal é bastante submisso e, que precisa de um tutor tranquilo e carinhoso,
Não necessariamente o tutor deve ser experiente, mas é importantíssimo que ocorra um processo de adaptação para ganho de confiança.
Mais de 3 E´s ou sequência de E e D
Quando isso acontece, costuma-se dizer que é muito estressado. Inclusive, o cão pode acabar mordendo quando estressado.
Então, não é um a boa ideia escolher um animal desses para um tutor inexperiente e crianças.
Conclusão
O teste de Campbell é uma das formas mais utilizadas para se avaliar a personalidade de um cão filhote e, assim direcionar o animal para a família mais adequada.
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