No Setembro Vermelho, costumamos falar bastante sobre saúde cardiovascular e como elas nos afetam. Mas nunca falamos nos nossos pets que também merecem um certo tipo de atenção quando o assunto é ataque cardíaco.
Enquanto a insuficiência cardíaca congestiva é mais comum em cães, o “ataque cardíaco” (infarto) em si é raro, mas não impossível. Para entender melhor essa condição e os fatores de risco, vamos explorar o que é fato e o que é mito sobre ataques cardíacos em cães.
1. Cães podem sofrer ataques cardíacos? (Fato)
Embora seja raro, cães podem sim sofrer um ataque cardíaco, também conhecido como infarto do miocárdio.
Essa condição ocorre quando há uma interrupção súbita do fluxo sanguíneo para o coração, causando danos ao músculo cardíaco. Porém, é importante ressaltar que os ataques cardíacos em cães têm causas e características diferentes dos ataques cardíacos em humanos.
Enquanto nos humanos, eles estão frequentemente associados ao acúmulo de placas de gordura nas artérias (aterosclerose), nos cães, esse tipo de problema cardiovascular não é tão comum, ocorrendo, na maioria das vezes, devido a outras doenças ou condições.
Principais causas de ataques cardíacos em cães:
- Miocardite (inflamação do músculo cardíaco)
- Doença da válvula cardíaca
- Neoplasias (tumores que afetam o coração)
- Trombose (coágulos de sangue que bloqueiam as artérias)
2. Cães não precisam de prevenção cardiovascular (Mito)
Uma crença comum é que cães não precisam de cuidados preventivos para o coração, já que eles “não sofrem ataques cardíacos como os humanos”. Isso é um mito perigoso.
Embora a probabilidade de um ataque cardíaco seja menor, os cães estão sujeitos a outras doenças cardíacas, como a insuficiência cardíaca congestiva e problemas nas válvulas cardíacas, que podem comprometer a saúde e a qualidade de vida.
3. Raças pequenas são mais suscetíveis a ataques cardíacos (Mito)
Embora algumas raças sejam mais propensas a problemas cardíacos, especialmente as raças de pequeno porte, isso não significa que elas estão mais suscetíveis a ataques cardíacos em cães.
Raças como Cavalier King Charles Spaniel, Poodle, Dachshund e Chihuahua têm uma predisposição para doenças cardíacas, mas nem sempre essas condições resultam em infartos.
Raças com predisposição a problemas cardíacos:
- Cavalier King Charles Spaniel: Propenso a doenças da válvula mitral.
- Boxer e Doberman Pinscher: Maior risco de miocardiopatia dilatada.
- Bulldog Francês e Pug: Podem apresentar problemas respiratórios que afetam o coração.
4. Somente cães idosos tem problemas cardíacos (Mito)
Embora cães idosos sejam mais vulneráveis a problemas cardíacos devido ao desgaste natural do organismo, cães jovens também podem apresentar condições cardíacas.
Cães jovens que sofrem de doenças congênitas, como a cardiomiopatia ou defeitos nas válvulas cardíacas, estão em risco e devem ser monitorados de perto.
Principais fatores de risco em cães jovens:
- Histórico genético: Algumas doenças cardíacas são hereditárias e podem aparecer ainda na juventude.
- Miocardite infecciosa: Infecções virais ou bacterianas podem comprometer a saúde do coração.
Ataques cardíacos em cães: o que é e como reconhecer
Ataques cardíacos em cães é considerado grave, onde uma parte do músculo cardíaco sofre necrose (morte celular) devido à interrupção do seu suprimento sanguíneo.
Esse problema geralmente ocorre quando há uma obstrução em uma das artérias coronárias, responsáveis por levar sangue ao coração.
Com o bloqueio, a área afetada do músculo cardíaco deixa de receber oxigênio e nutrientes, resultando em danos permanentes ao tecido.
Apesar de o infarto do miocárdio ser relativamente raro em cães, ele tem sido observado com maior frequência nos últimos anos.
Esse aumento pode estar relacionado ao crescimento dos casos de obesidade entre os animais de estimação, já que o excesso de peso favorece o desenvolvimento da aterosclerose (acúmulo de placas nas paredes dos vasos sanguíneos que prejudicam o fluxo sanguíneo e elevam o risco de infarto).
Outros fatores predisponentes incluem hipertensão, diabetes e doenças que enfraquecem o coração.
Diferenças entre ataques cardíacos em cães e em humanos
Diferentemente dos humanos, os cães possuem uma circulação colateral mais desenvolvida, o que significa que, caso uma artéria coronária fique bloqueada, o sangue pode ser redistribuído por outros vasos para nutrir o coração.
Isso ajuda a reduzir o impacto imediato da falta de suprimento sanguíneo, tornando o infarto em cães menos agudo do que em humanos. No entanto, mesmo com essa vantagem, o infarto continua sendo uma condição perigosa e que exige atenção médica urgente.
Sinais de ataques cardíacos em cães
É fundamental que os tutores conheçam os sintomas de infarto em cães, pois a identificação rápida e o atendimento veterinário adequado são cruciais. Os sinais de um possível infarto em cães incluem:
- Dificuldade respiratória: Respiração ofegante ou falta de ar.
- Fadiga extrema e letargia: O cão pode parecer extremamente cansado ou sem energia.
- Desmaios ou colapsos: Ocorrem em casos mais graves e indicam uma obstrução severa.
- Palidez nas gengivas: As gengivas podem perder a coloração normal e se tornarem pálidas ou azuladas.
- Dor no peito: Embora seja difícil de identificar, o cão pode mostrar sinais de desconforto, como lambidas na região torácica.
O que fazer em caso de suspeita de infarto?
Se você notar esses sinais no seu cão, leve-o imediatamente ao veterinário, pois o tempo é essencial para minimizar os danos ao coração.
O veterinário pode realizar exames específicos, como eletrocardiogramas e ecocardiogramas, para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão do dano.
O tratamento para ataques cardíacos em cães pode envolver medicamentos para fortalecer o coração, reduzir a pressão arterial e melhorar a circulação, além de ajustes na dieta e rotina de exercícios do animal.
Estágios de desenvolvimento dos ataques cardíacos em cães: como reconhecer e tratar
O infarto em cães, embora menos comum que em humanos, pode ter um curso clínico complexo e progressivo, dividido em cinco estágios distintos.
Compreender esses estágios é fundamental para reconhecer os sinais de alerta e garantir que seu cão receba a assistência veterinária necessária em cada fase.
Os primeiros estágios, em particular, representam uma oportunidade para intervenções que podem reduzir os danos ao coração.
1. Estágio pré-infarto
A fase pré-infarto pode variar em duração, dependendo da causa do bloqueio na circulação.
Se a interrupção do fluxo sanguíneo ocorre devido a um coágulo (trombo), o processo pode levar de 3 a 6 horas. No entanto, se for causada por um tumor ou outra forma de obstrução gradual do vaso sanguíneo, essa fase pode durar semanas, até um mês.
Sinais e sintomas comuns:
- Dor na região torácica
- Mudança de comportamento e diminuição da atividade
- Desconforto visível e inquietação
2. Estágio mais agudo dos ataques cardíacos em cães
Essa é a fase em que a obstrução do fluxo sanguíneo provoca a morte de parte do tecido cardíaco.
Esse processo pode durar de meia hora a algumas horas, com sintomas intensos, como fortes dores no peito e dificuldades respiratórias.
Sinais e sintomas comuns:
- Respiração pesada e acelerada
- Perda de consciência, possivelmente causada pela queda da pressão arterial
- Cianose (coloração azulada) nas mucosas, como nas gengivas e nos lábios
3. Estágio agudo
A fase aguda dura de dois dias a duas semanas e é caracterizada pela formação das primeiras cicatrizes na área do tecido cardíaco necrosado.
A dor tende a diminuir de intensidade, mas pode ocorrer de forma intermitente, e o ritmo cardíaco e a pressão arterial continuam instáveis.
Sinais e sintomas comuns:
- Dor intermitente no peito
- Alterações na frequência cardíaca e na pressão sanguínea
- Possíveis episódios de fraqueza
4. Estágio Subagudo dos ataques cardíacos em cães
Este estágio de ataques cardíacos em cães, que dura de um a dois meses, é um período de recuperação, onde o tecido necrótico no músculo cardíaco é substituído por tecido de granulação, um tipo de tecido cicatricial.
A saúde do cão tende a melhorar gradualmente.
5. Estágio pós-infarto
Este é o estágio final, que pode durar até seis meses. Durante este período, as cicatrizes se formam completamente e o coração se adapta às novas mudanças, aprendendo a funcionar com a perda de parte do seu tecido muscular original.
Principais perigos de ataques cardíacos em cães
Os estágios mais agudo e agudo são considerados os mais críticos durante um infarto em cães. É nesses momentos que o risco de complicações graves é maior, exigindo observação contínua e tratamento intensivo.
No entanto, mesmo nas fases subaguda e pós-infarto, é essencial que o tutor monitore de perto o estado de saúde do pet e, ao menor sinal de desconforto, procure atendimento veterinário.
Primeiros socorros para cães com suspeita de infarto
Se você observar sinais de um possível infarto em seu cão, como dificuldades respiratórias, letargia extrema ou mudanças súbitas no comportamento, é crucial buscar ajuda veterinária imediata.
No entanto, caso o transporte até a clínica não seja possível imediatamente, há algumas medidas de primeiros socorros que você pode realizar para ajudar seu pet até chegar ao atendimento profissional.
O que fazer em caso de suspeita de ataques cardíacos em cães
- Posicione o cão corretamente: Coloque-o deitado sobre o lado esquerdo ou direito, mantendo a cabeça levemente elevada em relação ao corpo. Isso ajuda a melhorar a circulação sanguínea e facilita a respiração.
- Abaixe as patas: Deixe as patas do cão em posição mais baixa, especialmente se ele estiver ofegante ou com dificuldades para respirar. Essa posição ajuda a aliviar a carga sobre o coração e permite uma melhor ventilação.
- Ventile o ambiente: Mantenha o ambiente arejado e, se possível, diminua a temperatura ambiente para melhorar o conforto e aliviar o esforço respiratório do cão.
- Acalme o animal: É essencial manter a calma do seu pet. Fique próximo, fale em um tom de voz tranquilo, e faça carinhos leves. Isso ajuda a reduzir a ansiedade e evita o agravamento dos sintomas devido ao estresse.
- Evite medicamentos sem indicação veterinária: Mesmo que pareça tentador, não ofereça nenhum medicamento ao seu cão, a menos que tenha sido prescrito previamente pelo veterinário. Medicamentos inadequados podem piorar a situação.
- Monitore a respiração e pressão arterial: Se tiver um medidor de pressão em casa, tente medir a pressão arterial do cão e anote o valor. Essas informações podem ser muito úteis para o veterinário ao planejar o tratamento.
Diante de uma situação de ataques cardíacos em cães, cada minuto é precioso para garantir o melhor desfecho para seu cão.
Conhecer essas medidas de primeiros socorros pode fazer uma diferença significativa até que o atendimento veterinário possa ser iniciado.
Lembrando sempre que o acompanhamento de um profissional é insubstituível para a recuperação e segurança do seu pet.
Priorize a saúde do coração do seu cão
Embora ataques cardíacos em cães sejam raros, é importante estar atento à saúde cardíaca do seu pet.
A prevenção é a melhor maneira de garantir que ele tenha uma vida longa e saudável, e isso inclui visitas regulares ao veterinário, alimentação adequada e atividades físicas.
Lembre-se de que cada cão é único, e o acompanhamento veterinário é essencial para identificar e tratar problemas cardíacos de forma precoce.
Com cuidados apropriados e atenção aos sinais de alerta de ataques cardíacos em cães, você pode ajudar a proteger seu cão e garantir uma vida longa e feliz ao seu lado.
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