A grande maioria das pessoas já ouviu pelo menos uma vez o nome arritmia, mesmo não sabendo do que se trata. Antes de começarmos a entrar no que é a arritmia propriamente dita, é importante entendermos sobre a anatomia e fisiologia do coração. O coração é um órgão muscular muito importante do sistema circulatório do animal, que tem como sua função principal o bombeamento do sangue para várias partes do corpo do cão. Dentro do coração existem quatro câmaras cardíacas, chamadas de: Átrio direito, átrio esquerdo, ventrículo direito e ventrículo esquerdo. É nessas câmaras que haverá a passagem de sangue e, consequentemente, seu bombeamento pra todo o corpo do animal. A contração cardíaca, que bombeia o sangue para o corpo, é chamada de Sístole e o relaxamento da musculatura cardíaca que ocorre em seguida é chamado Diástole. É a sístole e a diástole que faz o “dum dum” que sentimos ao por a mão no peito do pet.
O coração possui um sistema elétrico próprio que tem a finalidade de provocar o batimento do coração com um ritmo normal, de acordo, é claro, com o momento. Se o cão é exposto a um exercício físico, o coração tende a acelerar ou quando o cão está dormindo o coração fica bem lento.
A arritmia é quando ocorre uma modificação no ritmo das batidas do coração, ou seja, o coração altera seu batimento sem que tenha acontecido uma ação para o mesmo. Existem 3 tipos principais de alteração: O coração fica muito acelerado (taquicardia), muito lento (Bradicardia) ou irregularidade na pulsação (descompasso).
As causas para essa alteração no coração dos cães é multifatorial. Podemos citar as principais, como: O estresse; Hipertireoidismo; Alguns medicamentos; Diabetes; Artérias com alguma obstrução; cardiomiopatia; Intoxicação; Hipertensão e entre várias outras.
Os sinais clínicos apresentados por um animal que possui arritmia podem ser facilmente observados, porém muitos tutores acabam não percebendo. Assim como outras doenças, a arritma pode ou não apresentar os sintomas clássicos. O tutor começa a observar bem os sintomas quando a arritmia está com um quadro bem avançado. Os sintomas principais, são: Palidez de mucosas; Desmaios repentinos; Dispnéia (dificuldade respiratória); Alteração no batimento cardíaco; Relutância ao exercício físico e entre outros.
O diagnóstico deve ser feito por um médico veterinário, se possível especialista em cardiologia. Depois da anamnese e do sinal clínico, o profissional pode pedir exames específicos para que o diagnóstico seja fechado corretamente. Exames como Eletrocardiograma e Ecocardiograma normalmente são de eleição. O Holter também é um exame bastante pedido pelos médicos veterinários cardiologistas.
O tratamento é feito com terapia medicamentosa para que seja evitada a arritmia. Esse medicamento deve ser prescrito unicamente pelo profissional médico veterinário, já que o remédio irá variar de animal para animal. O animal preferencialmente deverá ir para a clínica veterinária de 3 em 3 meses para que sempre tenha o acompanhamento de um profissional. A arritmia deve ter uma atenção redobrada, já que em muitos casos, leva à uma morte súbita do animal, se não for devidamente acompanhada.
A prevenção consiste no check up anual do animal. Em muitos casos a arritmia é diagnosticada nos exames rotineiros, evitando, assim, os seus inconvenientes físicos.
Por: George Augusto von Schmalz Portella de Macedo
Ocupação: Acadêmico de Medicina Veterinária
Contato: george_medvet@hotmail.com