Conhecer os principais sintomas de constipação em cães e o que fazer nesses casos é fundamental para que você consiga ajudar o seu animalzinho de estimação.
Antes de mais nada, é preciso entender que a condição pode ter várias causas e, por isso, é necessário que um veterinário realize o diagnóstico adequadamente.
Diante disso, é preciso buscar por maneiras de se amenizar o problema. E o tema é de grande relevância, uma vez que esse é um dos principais motivos pelos quais os tutores levam os seus animais a consultas com o veterinário.
Sendo assim, elaboramos um texto repleto de informações importantíssimas, que vai te ajudar a entender melhor o que é a constipação em cães, quais são as suas principais causas e, o que fazer nesses casos.
O que é a constipação em cães?
Primeiramente, deve-se definir o que significa constipação em cães. E, basicamente esse é o acúmulo de fezes ocasionado por conta da defecação pouco frequente.
Isso faz com que as fezes ressequem e se tornem endurecidas, o que vem acompanhado por tenesmos.
Quando isso ocorre, quer dizer que o cólon tem alguma anormalidade, mas não necessariamente há o indício de uma doença específica.
Existe ainda o termo obstipação, que denomina uma constipação mais prolongada e persistente.
Isso pode acontecer por conta de desidratação intensa ou, por conta de uma motilidade intestinal bem reduzida.
Como exemplo pode-se citar os casos de megacolon, mas o problema pode surgir em uma série de situações diferentes e, é preciso investigar com calma.
Como saber se o cão está constipado?
Entender um pouco melhor a constipação em cães é importantíssimo para ajudar o animal, mas é muito necessário saber identificar os sinais de que o pet está apresentando esse problema.
Estar atento ao comportamento do seu amigo canino é muito importante para que você identifique a constipação e possa levar o animal ao veterinário para um diagnostico e tratamento adequados.
A seguir falaremos sobre alguns pontos bem importantes que você pode observar no animal quando ele estiver constipado.
Menos fezes
Se o seu animal apresentar constipação, esse será o sinal mais claro e típico do problema. Inicialmente, você vai perceber que o volume de fezes do animal está bem menor do que o normal.
Então, pode ser que o seu cão comece a pular dias de defecação, ou seja, deixando de defecar em um dia ou outro.
Esse já deve ser visto como um sinal de preocupação, afinal de contas, o mais correto é que o animal defeque pelo menos uma vez por dia.
Fezes ressecadas podem indicar constipação em cães
Além da diminuição da frequência de defecação e do volume das fezes, a constipação em cães frequentemente tem como sinal o ressecamento dessas fezes.
Isso vai acontecer porque o bolo fecal passa mais tempo dentro do intestino devido à baixa motilidade na região.
Com isso, ocorre uma grande absorção de líquidos, provocando assim o ressecamento dessas fezes.
Isso pode levar à maiores dificuldades e, até dores. Sendo assim, fique atento à aparência das fezes do seu pet.
O ideal é que elas sempre tenham uma consistência macia, não sendo nem muito moles e nem tão rígidas.
O animal pode demonstrar dor
Se o cão passar muitos dias sem defecar, ele deve começar a demonstrar um pouco de incômodo, podendo até mesmo sentir dores mais intensas.
Por isso, é normal que você veja o pet mais quieto e amuado, podendo até mesmo ficar em uma posição mais encolhida.
A dor e o inchaço também pode atrapalhar a movimentação do pet, que pode se mover de maneira mais lenta.
Além disso, o quadro doloroso pode ser ainda pior se o animal tiver uma constipação secundaria, ocasionada por um problema inicial mais grave.
Ou seja, em casos de inflamações e canceres intestinais, por exemplo, a constipação vem acompanhada de dor muito intensa.
Diminuição do apetite
A constipação em cães faz com que a passagem do alimento pelo canal digestório fique prejudicada.
Sendo assim, conforme o animal se sente empachado, ele vai apresentando uma redução do seu apetite.
Na verdade, isso funciona até mesmo como uma proteção do organismo para evitar que o cachorro fique com um acumulo ainda maior de volume fecal no abdômen.
Vomito é sinal de constipação em cães
Justamente porque o canal digestório se apresenta ocupado, é comum que o animal tenha episódios de vomito.
Isso ocorre também como uma reação do organismo tentando expulsar todo o conteúdo para liberar espaço na cavidade abdominal
Sangue nas fezes
A constipação em cães pode vir acompanhada de sangue nas fezes em alguns casos e, quando isso acontece, pode ser sinal de que existe um problema mais grave.
Sendo assim, essa pode ser uma situação emergencial, que merece uma investigação bem mais detalhada, analisando-se as mais diferentes possibilidades.
Atenção à evolução do quadro
Inicialmente, é comum que a constipação em cães se manifeste mesmo como uma simples prisão de ventre.
As fezes podem se tornar mais ressecadas e, o cãozinho pode começar a pular alguns dias de defecação.
Além de não defecar diariamente, nesses casos o cão pode demonstrar dor ao fazer isso. Nesse caso é preciso observar os movimentos do cão, a expressão dele e, também verificar se ele faz algum tipo de vocalização.
Quando o problema se prolonga e o animal continua sem conseguir evacuar adequadamente, há uma tendência de agravamento do quadro.
Assim, o cão pode demonstrar um quadro de desidratação e, também uma diminuição significativa do seu apetite.
Depois de alguns dias o cachorro pode ter episódios de vomito e, dependendo da gravidade da situação, se o animal não for socorrido, pode morrer.
Mas algo que é importante de se dizer nesses casos é que no caso de raças grandes, há uma maior predisposição para problemas ortopédicos e, esses podem estar relacionados com quadros de constipação em cães.
Sendo assim, é bem comum observar uma piora da motilidade intestinal em animais que tenham problemas de saúde como:
- displasia coxofemoral;
- doença do disco intervertebral (dor na coluna/hérnia de disco);
- artrose em joelho.
Confira a seguir os principais fatores envolvidos nesta enfermidade.
Existem muitos fatores envolvidos na constipação em cães e, é importante saber quais são eles. Veja a seguir:
- Dieta de baixa qualidade: a qualidade e quantidade inadequada de nutrientes na dieta do pet pode fazer com que ele desenvolva um quadro de constipação;
- Baixa ingestão de fibras: a quantidade ideal de fibras ajuda na motilidade do trato gastrointestinal e, se não houver ingestão correta, o animal poderá ficar constipado;
- Baixa ingestão hídrica: juntamente com as fibras, a água é responsável por proporcionar uma boa motilidade do bolo alimentar. Por isso, é importantíssimo que o pet tome a quantidade mínima de líquidos necessários;
- Alterações do ambiente: algumas mudanças drásticas no ambiente onde o cachorro vive também pode ocasionar problemas digestivos e diminuir a velocidade do bolo alimentar;
- Hospitalização: quando o animal passa por um procedimento cirúrgico ou fica internado, é bem comum que tenha problemas intestinais e demore um pouco para recobrar a normalidade;
- Obstrução mecânica: é bem comum que os cães mais agitados engulam objetos estranhos e, isso pode obstruir o intestino dele;
- Tumores: dependendo do tipo de tumor, é bem comum que o pet tenha uma redução da movimentação do trato gastrointestinal.
Existem ainda uma série de outros fatores que podem estar relacionados com a constipação em cães. A seguir listamos alguns deles:
- Estenose colorretal
- Hérnia perineal
- Fraturas pélvicas
- Distúrbios neuromusculares
- Megacólon
- Anomalias congênitas
- Distúrbios metabólicos ou eletrolíticos
- Hipotireoidismo
- Desidratação
- Hipocalemia
- Causas iatrogênicas
Associação do histórico com a constipação em cães
Os quadros de constipação em cães frequentemente estão associados a históricos do animal com tenesmo, prostração, anorexia e vômito.
Por isso, quando o animal chega ao consultório com episódios desse tipo, o profissional precisa começar a desconfiar que possa se tratar de um caso de constipação.
No exame, também é importante verificar o estado geral do pet e, averiguar se ele apresenta um aumento de volume abdominal.
Devido ao inchaço e acúmulo de fezes e gases na cavidade abdominal, é comum que o animal apresente uma sensibilidade exagerada à apalpação.
Além disso, deve-se considerar que os animais de pequeno porte possuem muito mais chances de desenvolver o problema.
Basicamente essa predisposição se deve às diferenças fisiológicas e anatômicas que existem no trato gastrointestinal deles.
O cachorro de pequeno porte tem como principal diferença o tempo de fermentação intestinal. Ou seja, quanto tempo o alimento permanece no ceco.
Por ter um menor tempo de fermentação e uma maior absorção de líquidos do bolo fecal, é comum que as fezes fiquem mais firmes.
Além disso, quando se compara o comprimento do intestino com o peso do animal, nos cães menores, a proporção é maior.
Por isso, esses animais possuem uma área superior de absorção intestinal, o que dá mais tempo para que a água seja removida.
Fatores ambientais também podem afetar diretamente o funcionamento do intestino do pet. Um exemplo disso é quando o animal depende do tutor para defecar.
Caso não seja levado a quantidade de vezes suficiente, o animal terá problemas de constipação.
Outra questão bastante importante é quando o tutor repreende o animal quando ele faz as necessidades no lugar errado.
Isso porque ele pode entender que na verdade não deve fazer cocô e, acaba desenvolvendo um quadro de constipação em cães.
Por isso, não basta apenas olhar para as possibilidades clínicas, mas se deve também analisar se o animal não está com um problema de cunho psicológico.
Então, ao fazer os exames e colher o histórico do pet, o médico veterinário deve ser extremamente cuidadoso.
Como é feito o diagnóstico da constipação em cães?
Não há outra maneira de se diagnosticar a constipação em cães que não seja a anamnese detalhada e exame físico completo do pet.
É claro que existem exames adicionais que complementam as informações e fornecem detalhes sobre o quadro, mas a anamnese é uma parte importantíssima.
No exame físico detalhado, é possível logo de cara, perceber caso o cólon do animal esteja repleto de fezes e, esse é um grande indicio de constipação.
Ao se executar o exame físico e retal do pet, é importantíssimo excluir a possibilidade de que haja um processo inflamatório ou obstrução.
Fazer uma coleta e análise das fezes também é uma forma eficiente de eliminar a possibilidade de existirem outros tipos de patologias ou, até mesmo a presença de corpos estranhos no intestino do pet.
Por fim, existem exames complementares que também auxiliam em muito nesses casos, como é o caso de ultrassom e radiografia pélvica.
Além disso, exames laboratoriais bioquímicos também são bem úteis para oferecer informações sobre as causas possíveis para o quadro de constipação.
Tratamento da constipação em cães
O tratamento da constipação em cães depende muito do diagnóstico ser feito adequadamente, uma vez que a terapia deve considerar cada caso de forma individual.
Essa avaliação é essencial para que a terapia de tratamento posa ser realmente efetiva. E deve-se sempre considerar que a constipação em cães é uma questão que envolve múltiplos fatores.
Ademais, a própria abordagem depende diretamente do motivo da constipação. E tendo isso em vista pode-se optar pelo uso de enemas, laxantes, fazer adaptações na dieta ou, em alguns casos até mesmo optar por um procedimento cirúrgico.
Em geral se opta por um procedimento cirúrgico quando se trata de um problema intestinal grave, que comprometa o bem estar geral do pet.
A cirurgia é realizada em casos de lesão obstrutiva, ou em casos de lesões compressivas quando os demais métodos forem ineficientes.
Manejo dietético
Quando se fala em constipação em cães, o manejo dietético é uma das principais coisas que se pode fazer para melhorar a condição do animal.
Inclusive, modificações na dieta servem tanto para a manutenção da saúde intestinal quanto para prevenir a constipação em si.
De qualquer forma, uma dieta adequada é fundamental para qualquer cão que esteja com um problema grave no trato gastrointestinal.
Nesse caso, é fundamental formular uma alimentação que utilize ingredientes específicos que garantam a boa digestibilidade dos nutrientes, favorecendo assim a saúde do pet.
Existem algumas estratégias que são fundamentais nesses casos. Você verá a seguir quais são as principais:
Proteínas de boa digestibilidade
É muito importante que as proteínas adicionadas à dieta do animal tenham um nível bem elevado de digestibilidade.
Isso significa algo em torno de 90% ou mais de absorção, de modo que o organismo do animal possa utilizar a maior parte.
Isso é importante para que o cachorro tenha muita proteína disponível para o funcionamento do se organismo e, também para que sobre pouca quantidade desse nutriente residual que possa fermentar no intestino.
É preciso entender que quanto menor for a quantidade de resíduos, menor será a fermentação e, isso vai melhorar a passagem do bolo fecal pelo trato digestório. Isso garante um transito intestinal adequado.
Fibras Dietéticas são essenciais para a constipação em cães
Casos de constipação em cães que sejam mais simples e não estejam ligados a uma causa primária grave, geralmente respondem bem à adição de fibras.
É importante também escolher as fontes de fibras com base nas suas propriedades funcionais e, na forma como elas podem agir do organismo do pet.
Basicamente existem dois tipos de fibras que são mais comuns: as insolúveis e não-fermentáveis, e as solúveis e fermentáveis.
Por mais que existem especificidades em cada uma delas, os dois tipos são muito importantes para a dieta do paciente que apresenta constipação.
As fibras insolúveis e não fermentáveis, como é o caso da celulose, vai aumentar o volume das fezes e, também elevar a frequência de defecação.
Mas se o seu uso não for adequado, esse tipo de fibra também pode agravar a situação de saúde de pacientes que apresentem uma redução de motilidade intestinal.
Existem ainda as fibras solúveis, como é o caso do Psyllium e da polpa de beterraba, que auxiliam na elevação do grau de viscosidade do conteúdo intestinal, além de elevarem a quantidade de água nas fezes.
O que se percebe é que a combinação dessas com quantidades adequadas de fibras insolúveis ajudam em muito na motilidade, possibilitando a formação de um bolo fecal que possa ser eliminado mais facilmente.
A atividade fermentativa bacteriana costuma ser bastante benéfica para a mucosa intestinal e, ainda libera ácidos graxos que ajudam na motilidade e saúde intestinal.
Entretanto, é importante ter cuidado porque usar indiscriminadamente essas fibras solúveis e fermentáveis também pode ser maléfico por aumentar em muito o nível de fermentação no cólon do animal.
Assim, é preciso encontrar um ponto de equilíbrio, que seja capaz de beneficiar o estado de saúde gera do cachorro.
Ingestão hídrica deve ser adequada
Como já foi dito, a ingestão adequada de fibras é muito importante em casos de constipação em cães.
No entanto, se a ingesta de água não estiver adequada, as fibras tendem a ocasionar problemas, uma vez que vai dificultar ainda mais a passagem do bolo fecal.
Sendo assim, é importantíssimo estimular a ingestão de água pelos animais no dia a dia em quantidades ideais.
A água ficará então disponível no lúmen intestinal e, vai auxiliar o bolo fecal a passar pelo intestino de maneira eficiente.
Sendo assim, pode-se usar de estratégias que contribuam para essa elevação da ingestão de líquidos, sejam eles presentes nos alimentos ou não.
O que fazer em caso de constipação em cães?
A constipação em cães é bastante comum e, nos casos mais simples existem algumas atitudes fáceis de se colocar em prática, mas que podem fazer toda a diferença.
Veja a seguir algumas das coisas que podem ajudar em muito os animais constipados.
Estimule a ingestão de água
Como já foi dito, o ajuste do volume hídrico é fundamental para que o bolo fecal percorra o trato gastrointestinal de maneira adequada.
Sendo assim, você deve ter o cuidado de deixar sempre água fresca disponível para os pets e, fazer a troca dela sempre.
O pote deve ficar em um local de fácil acesso, onde o pet sempre passe e possa beber. Deixar o pote na altura do pescoço do animal é bem mais confortável para ele.
Além disso, você pode estimular a ingestão de líquidos oferecendo cubinhos de suco congelado nos dias quentes, por exemplo. Mas tenha atenção às frutas que são liberadas.
Uso de alimentos úmidos
Outra estratégia bastante interessante é a alimentação úmida, pois a presença de água na ração ajuda na digestão.
Mas é preciso buscar por opções de alimentos úmidos que sejam de alta qualidade e valor nutricional.
Rotina de atividade física e passeios
Em casos de constipação em cães, ter uma boa rotina de atividades físicas é muito benéfico para a saúde do pet.
Estabeleça um cronograma de brincadeiras diárias e saia para fazer caminhadas. A movimentação do corpo em si contribui para uma melhor motilidade intestinal.
Além disso, na rua os animais recebem muitos estímulos químicos de odores que vão estimular ele a defecar.
Sobretudo se o seu animalzinho depende de você leva-lo para a rua para defecar, procure sair várias vezes por dia, para evitar privar o pet disso.
Ter uma rotina também ajuda
Cães que não sabem bem o que vai acontecer no seu dia podem desenvolver sinais claros de ansiedade.
Assim como acontece com os humanos tudo isso influencia em muito na quantidade de vezes que o animal defeca.
Por isso, manter os horários fixos de passeios, brincadeiras e refeições é algo que pode ajudar bastante.
Laxante canino
Existem vários produtos usados como laxantes caninos e, que podem contribuir positivamente com os animais que apresentam constipação.
No entanto, é preciso ter bastante cuidado porque esses compostos só podem ser usados quando prescritos por um médico veterinário.
Conclusão
A constipação em cães é algo que se vê comumente e, pode acontecer por conta de uma serie de fatores.
Por isso, é fundamental compreender os motivos que levam ao problema para que se possa buscar por uma estratégia de tratamento que seja adequada e funcional no caso.
De qualquer maneira, o melhor mesmo é evitar a constipação, oferecendo ao cão uma dieta adequada e estimulando a ingestão adequada de líquidos.
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