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Regurgitação da válvula mitral em cães e gatos

A Regurgitação da válvula mitral em cães e gatos é uma condição que pode ocorrer com certa frequência.

Mais comum nos cães, essa é a condição na qual o sangue acaba escapando da válvula mitral quando o coração se contrai.

Essa regurgitação tente a ocorrer em alguns casos, como por exemplo, o prolapso da valva mitral, febre reumática, infarto ou dilatação ventricular esquerda.

O pior de tudo é que essa condição é grave e deve ser vista com bastante atenção, sobretudo porque pode levar o animal a ter um edema pulmonar agudo, choque cardiogênico ou morte súbita cardíaca.

Sendo assim, é preciso saber como reconhecer os sinais da regurgitação mitral em cães e gatos em dessa forma ajudar o seu pet.

Regurgitação da válvula mitral e insuficiência

Nomes para cachorro fêmea

Cachorra marrom e branca deitada perto da almofada de coração. Foto: Freepik

Normalmente, são os cães que mais sofrem por conta de uma regurgitação da válvula mitral. No caso de degeneração da válvula mitral, é mais comum que ocorra em animais pequenos e médios, sobretudo idosos.

Existem ainda algumas raças que costumam apresentar essa condição com maior frequência, como é o caso do Cocker Spaniel, Chihuaua, Poodle Miniatura, Pinscher, Fox Terrier, Boston Terrier e Schnauzer.

Além disso, de acordo com os relatos observados em relação a essa temática, de maneira geral os machos apresentam até 50% mais problemas em relação às fêmeas.

Apesar dessas maiores frequências em algumas situações, a regurgitação da válvula mitral pode acontecer em qualquer animal, de qualquer idade e porte.

Sendo assim, independentemente das características do seu cão ou gato, é interessante conhecer a doença detalhadamente para poder ajudar ele.

Uma visão geral sobre a condição

A regurgitação da válvula mitral é uma alteração cardíaca grave, que acontece por uma insuficiência dessa válvula cardíaca de grande importância, fazendo com que ela funcione mal.

A válvula mitral, ou bicúspide fica localizada do lado esquerdo do coração, mais especificamente entre o átrio (superior) e o ventrículo (inferior).

Os animais que possuem uma insuficiência desse tipo, demonstram uma grande dificuldade em manter o controle da respiração, sobretudo em situação de esforço físico.

Uma tosse persistente costuma estar presente e, a sua intensidade e frequência pode aumentar conforme a doença progride.

Nos casos mais graves, a condição pode chegar a um quadro de insuficiência cardíaca congestiva e edema pulmonar.

Entendendo a anatomia do coração e funcionamento das válvulas

arritmia em cães

Veterinário segurando coração Foto: Freepik

Para entender do que se trata a regurgitação da válvula mitral em cães e gatos, é necessário saber um pouquinho sobre a anatomia do coração desses animais.

Primeiramente, deve-se saber que este órgão tão importante é composto por quatro câmaras, sendo elas dois átrios e dois ventrículos.

A parte superior (átrio), é separada da parte inferior (ventrículo) por uma válvula, sendo que aquela localizada do lado direito se chama Tricúspide e a do lado esquerdo se chama válvula Bicúspide ou Mitral.

Quando o coração e as suas válvulas funcionam normalmente, o que acontece é a abertura delas para que haja a passagem do átrio para o ventrículo.

Feito isso, a válvula deveria se fechar completamente, permitindo o fluxo adequado de sangua para fora dos ventrículos, sem que nada retorne aos átrios.

Mas quando existe um quadro de regurgitação da válvula mitral em cães e gatos, esse fechamento não acontece adequadamente.

Sendo assim, ao invés de o sangue ir do ventrículo esquerdo para todo o corpo, saindo pela artéria Aorta, parte dele retorna em direção aos átrios.

Isso diminui consideravelmente a quantidade de sangue que será distribuída para o corpo do pet.

Para compensar essa falta, o coração deve trabalhar mais, o que acarreta em ainda mais danos ao sistema cardiovascular.

Na maioria das vezes, essa insuficiência da válvula mitral acontece porque se formam placas na própria válvula.

Mesmo que os motivos dessa formação não sejam bem esclarecidos, sabe-se que quando a placa se acumula, as paredes se deformam e não se encaixam perfeitamente na hora do fechamento.

O que acontece se a válvula não se fecha bem?

Primeiramente, o que você deve saber é que quando a válvula não é capaz de se fechar completamente, o retorno do sangue ao átrio gera um som, que é conhecido como sopro.

Mas o mais importante é entender que se menos sangue está sendo distribuído para o corpo do animal, o organismo deve tentar compensar isso de alguma forma.

Como o coração deverá bombear quantidades maiores de sangue para compensar a deficiência, pode ocorrer dilatação e hipertrofia do órgão.

Por conta desse sistema de compensação funcionar bem, inicialmente o animal pode ser assintomático.

No entanto, com o tempo há um agravamento da condição, o que leva o pet a sofrer de insuficiência cardíaca congestiva.

Esse tipo de condição é mais frequente nos animais mais velhos e, dependendo das condições a doença pode ser controlada, proporcionando uma sobrevida ao cão.

Sinais clínicos da regurgitação da válvula mitral

cachorro preto doente

Cachorro preto doente. Fonte: Freepik

É muito importante saber reconhecer os principais sinais que surgem quando o animal apresenta regurgitação da válvula mitral, para que seja possível ajudar o animalzinho.

Como essa é uma forma de insuficiência cardíaca, o animal tende a apresentar uma resistência muito diminuída aos esforços físicos.

Além disso, ele tende a apresentar uma tosse persistente, sobretudo quando o animal precisa fazer esforço físico.

Sendo assim, inicialmente é comum que o principal sinal observado seja a tosse persistente durante a prática esportiva.

É comum observar que essa tosse se agrava durante a noite e pela manhã também. E no exame físico, o ritmo cardíaco e o pulso se encontram alterados.

Mais detalhes sobre a regurgitação da válvula mitral

Regurgitação da válvula mitral

Cachorro deitado com indigestão Foto: Freepik

Quando há regurgitação da válvula mitral em cães e gatos, é comum que além dos danos ao tecido valvar, podem ocorrer danos aos músculos papilares e às cordas tendíneas, que auxiliam na movimentação das valvas.

Além disso, a dilatação secundária que ocorre nesses casos, acaba piorando ainda mais o quadro de mal fechamento da válvula.

Outro ponto importante é que o sangue que retorna ao átrio, costuma se mover em uma velocidade alta, levando à formação de um tecido cicatricial ou fibrosamento.

Há também a dilatação compensatória do átrio e do ventrículo, que agrava a doença, por diminuir o volume sanguíneo que o coração pode bombear com eficiência para o organismo.

Então, chega um momento em que esses mecanismos de compensação não funcionam bem, levando a casos graves de insuficiência cardíaca congestiva e edema pulmonar.

O edema pulmonar é uma condição grave na qual líquidos se acumulam reduzindo consideravelmente a capacidade cardíaca no pet.

Ademais, com o avançar da condição, o músculo cardíaco vai perdendo o seu poder de contração, o que agrava ainda mais a insuficiência cardiovascular.

De maneira geral, a regurgitação da válvula mitral progride lentamente, uma vez que é um processo degenerativo.

Apesar disso, existem condições que quando pré existentes podem piorar ainda mais os sinais e aumentar a velocidade da progressão da doença.

Esse é o caso de arritmias cardíacas, ruptura das cordoárias tendíneas, dietas ricas em sódio e lesões na musculatura do átrio.

Além disso, qualquer fator que leve a uma sobrecarga cardíaca como anemia, exercícios, pressão alta ou problemas em outros órgãos também podem agravar o quadro clínico.

E nos casos em que os animais apresentam uma disfunção aguda, é preciso levar o animal a um centro veterinário para que se inicie um tratamento emergencial.

Mesmo que não haja um tratamento que leve à cura definitiva da condição, existem muitos medicamentos que auxiliam no controle da regurgitação da válvula mitral, proporcionando ao animal uma qualidade de vida bem melhor.

Diagnóstico

Regurgitação da válvula mitral

Cachorro sendo examinado por um veterinário – Foto: Freepik

Quando se desconfia da possibilidade do pet ter regurgitação da válvula mitral, deve-se fazer um exame clínico completo.

Deve-se então usar as informações obtidas no exame clínico com os achados de outros tipos de exames complementares.

Inicialmente, os animais devem passar por um hemograma completo, pesquisas bioquímicas e análise urinária.

Além desses exames de imagem, como as radiografias de tórax são extremamente úteis para fornecer informações importantíssimas.

A radiografia é um exame simples, mas de extrema importância para dar uma ideia sobre o tamanho do coração e do pulmão do animalzinho.

O eletrocardiograma é mais uma opção, muito importante para mostrar quando existem aumentos e espessamentos do tecido cardíaco.

Ademais, por meio desse exame é possível identificar quando uma arritmia está presente, além de ter uma ideia mais clara sobre o funcionamento do coração e a gravidade da condição.

Caso se encontre algum problema, é fundamental que o animalzinho passe pela avaliação detalhada de um especialista cardiologista veterinário.

É bem provável que o primeiro exame solicitado pelo profissional seja um ecocardiograma, que é uma ultrasonografia do coração.

Prognóstico

Quando a regurgitação da válvula mitral está presente, o prognóstico para o pet não é muito bom.

Mas é claro que tudo vai depender da gravidade de cada caso e, em que idade o problema começa a se desenvolver.

No entanto, existem muitos casos de sucesso, nos quais os animais conseguem sobreviver durante muitos anos com alta qualidade de vida, desde que sejam devidamente controlados por meio de medicamentos.

Mas isso depende ainda de em qual fase a doença o diagnostico for feito e, da maneira como o organismo do próprio animal responder ao tratamento.

Existem cães que vivem mais do que cinco anos após o diagnóstico. No entanto, em casos de crise aguda, o diagnóstico e sucesso do tratamento são mais difíceis.

Além disso, o próprio avançar da idade do animal acaba levando-o a ter um envelhecimento dos seus tecidos e uma capacidade de recuperação prejudicada.

Tratamento

Regurgitação da válvula mitral

Cachorro recebendo cuidados veterinários – Foto: Freepik

Em caso de regurgitação da válvula mitral em cães e gatos, a escolha do tipo de tratamento deve ser feita com base no quadro clínico, idade e, até mesmo o porte do animalzinho.

Somente um especialista em cardiologia veterinária é capacitado para avaliar o pet e, então escolher a melhor alternativa de tratamento para ele.

Hoje em dia já existe tecnologia para se fazer uma cirurgia de colocação de prótese valvular em animais domésticos, mas essa ainda é pouco difundida.

Sendo assim, a maioria dos médicos veterinários opta por prescrever medicamentos com o intuito de minimizar os sinais e, melhorar o funcionamento geral do coração.

Geralmente, os tratamentos devem continuar até o final da vida do pet e, durante esse período, é fundamental que o médico veterinário acompanhe o cão com frequência, realizando exames de rotina e realizando ajustes na medicação sempre que necessário.

Em alguns casos, pode ocorrer uma desestabilização do estado de saúde do cão. Apear de essa ser uma situação grave, é possível reverter os sintomas com um atendimento rápido e eficiente.

Juntamente com os medicamentos o animal deve ter um estilo de vida saudável, aliando alimentação adequada ao tratamento.

Uma dieta de baixo sódio é fundamental para controle desse problema e, inclusive pode-se ter que restringir completamente a presença dele conforme o quadro se agrava.

No caso dos animais que apresentem um episódio de insuficiência cardíaca congestiva agudo agravado pelo aparecimento de edema pulmonar dependem de uma intervenção mais específicas.

A estabilização dos animais nesse caso depende de uma terapia bem mais agressiva. Além disso, deve haver o isolamento do cão.

O ideal é que ele seja colocado em um canil pequeno, no qual possa permanecer tranquilo, com o mínimo de movimentação e estresse quanto for possível.

Até mesmo os procedimentos para tratamento devem ser evitados até que se perceba que o cachorro está estabilizado.

Isso porque qualquer mínimo estresse pode fazer com que o coração dele sofra uma sobrecarga e, até pare.

O ideal é colocar o cão também em um sistema de fornecimento de oxigênio, minimizando o esforço do coração e dos pulmões.

O acúmulo de liquido nos pulmões é uma condição bastante comum quando há um quadro avançado de regurgitação da válvula mitral. Isso diminui em muito a capacidade de expansão dos pulmões.

Nesses casos é possível remover o líquido dos pulmões do animal por meio de um procedimento médico veterinário.

Pode-se ainda aumentar a dose do medicamento p0ara tentar conter o avanço.

Conclusão

A regurgitação da válvula mitral em cães e gatos é uma condição grave e, que demanda um diagnóstico preciso e precoce para aumentar as chances de sucesso do tratamento.

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Data: 
18 de Novembro de 2022

Autor

Autor: 
Handreza Hayran
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